Dinheiro não nasce em árvores. Mas em breve os minerais usados na bateria de seu veículo elétrico poderão crescer.

As preocupações com o domínio da China sobre minerais essenciais estão levando cientistas e empresas ocidentais a embarcarem em formas cada vez mais inovadoras de desenvolver fontes alternativas.

Um desses esforços busca explorar uma peculiaridade da natureza: certas plantas, chamadas de hiperacumuladoras, são capazes de absorver grandes quantidades de minerais, como o níquel e o zinco, do solo.

Cultivar essas plantas e depois incinerá-las para obter seus metais poderia fornecer às empresas americanas um pequeno fluxo de minerais de origem nacional, sem os custos e a destruição ambiental da mineração convencional.

“Quando estamos nessa intensa competição, temos que pensar em métodos alternativos”, disse Evelyn Wang, ex-diretora da ARPA-E, uma agência do Departamento de Energia que está distribuindo US$ 10 milhões para encontrar maneiras de viabilizar a produção de níquel nos EUA.

Em uma estufa em Amherst, os professores estão usando o financiamento para realizar a edição de genes para criar uma nova planta oleaginosa de crescimento rápido e que absorva níquel. Se for bem-sucedida, a planta poderá ser usada para colher o metal de solos ricos em minerais em estados como Maryland e Oregon.

Enquanto isso, uma startup americana chamada Metalplant está pagando uma dezena de agricultores na Albânia para cultivar níquel usando uma espécie de planta local. A empresa está editando os genes dessas plantas para adaptá-las aos EUA.

“Isso pode mudar a forma como pensamos sobre a mineração no futuro”, disse Eric Matzner, executivo-chefe da empresa.

Cerca de 10 milhões de acres de solo não-agricultável e rico em níquel estão espalhados pelos EUA. Nessas áreas, as concentrações de minerais são geralmente muito baixas para justificar a mineração em larga escala, mas podem oferecer uma oportunidade para o cultivo barato de níquel.

No caso da fitomineração de níquel, como são conhecidos esses esforços, as plantas são secas e incineradas, deixando um concentrado de níquel cinza. Esse concentrado pode então ser purificado e transformado em material para baterias.

Sem dúvida, a fitomineração é de pequena escala. As empresas do ramo têm como meta a colheita de cerca de 300 libras de níquel por acre por ano, o que é suficiente para seis baterias de veículos elétricos.
Mas o financiamento para plantas de níquel é uma pequena parte de um amplo esforço do governo dos EUA para desenvolver suprimentos seguros de minerais necessários para a defesa e o setor de ponta, e é uma área em que a China é dominante.

Nos últimos anos, as empresas chinesas de mineração e processamento conquistaram quase o monopólio dos minerais usados em baterias, lasers e bombas, em parte devido aos custos mais baixos e à tecnologia de processamento superior dessas empresas.