Necessidades energéticas ‘insaciáveis’ da Inteligência Artificial são insustentáveis, diz CEO da Arm
Modelos de IA, como o ChatGPT da OpenAI, “são simplesmente insaciáveis” em termos de consumo de energia,, diz CEO da Arm
A empresa de design de chips Arm fez sucesso ao criar maneiras de minimizar o consumo de energia dos smartphones e estender a vida útil da bateria. Agora, seu líder diz que a mesma busca pela eficiência energética é necessária para aplicativos de inteligência artificial.
Rene Haas, executivo-chefe da Arm, fez a declaração antes de um anúncio dos EUA e do Japão na terça-feira sobre um programa de US$ 110 milhões para financiar pesquisas de IA em universidades dos dois países. A Arm, com sede no Reino Unido, e sua controladora, o SoftBank Group, com sede em Tóquio, estão oferecendo juntas US$ 25 milhões em financiamento para o programa.
Modelos de IA como o ChatGPT da OpenAI “são simplesmente insaciáveis” em termos de consumo de eletricidade, disse Haas em uma entrevista. “Quanto mais informações coletam, mais inteligentes vão ficando, mas quanto mais informações são coletadas para aumentar a inteligência, mais energia é necessária.”
Sem a melhoria da eficiência, “até o final da década, os data centers de IA poderiam consumir de 20% a 25% da necessidade de energia dos EUA. Hoje é provavelmente 4% ou menos”, afirmou. “Isso não é nada sustentável, para ser sincero.”
A questão da energia tem chamado a atenção de executivos de tecnologia nos últimos meses e ajudado a elevar os preços das ações de empresas que possuem e operam usinas elétricas.
Em um relatório de janeiro, a Agência Internacional de Energia disse que uma consulta ao ChatGPT requer 2,9 watts-hora de eletricidade, em média, o equivalente a acender uma lâmpada de 60 watts por cerca de três minutos. Isso é quase dez vezes mais do que uma busca média no Google. A agência disse que a demanda de energia da indústria de IA deve quase decuplicar entre 2023 e 2026.
“Vai ser difícil acelerar os avanços dos quais precisamos se o consumo de energia desses grandes data centers para a realização de pesquisas continuar subindo”, disse Haas.
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Ele espera que a parceria EUA-Japão busque soluções para a questão energética. O financiamento da Arm vai para uma colaboração entre a Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, e a Universidade Keio, no Japão.
A parceria é um projeto do embaixador dos EUA no Japão, Rahm Emanuel, que no ano passado organizou um programa de pesquisa em computação quântica de US$ 150 milhões entre americanos e japoneses apoiado pela IBM e pelo Google. Em outra parte da parceria de IA, a Amazon.com e a Nvidia devem gastar US$ 25 milhões cada uma em pesquisas na Universidade de Washington e na Universidade de Tsukuba, no Japão.
Emanuel declarou que é importante que os dois aliados trabalhem juntos diante da competição de IA e da computação quântica na China. Ele disse que os Estados Unidos e o Japão aproveitarão os esforços da indústria e da academia juntos, contrastando com a atitude do líder chinês, Xi Jinping, de controlar os gigantes da tecnologia do país nos últimos anos.
“Uma das desvantagens do que Xi fez foi sufocar o empreendedorismo”, disse Emanuel. “Nosso modelo vai ser mais bem sucedido.”
Liu Pengyu, porta-voz da embaixada chinesa em Washington, chamou as declarações de irresponsáveis e disse que o governo chinês atribui importância ao empreendedorismo e à inovação e tomou medidas para fortalecer o setor privado. Além disso, afirmou que a cooperação tecnológica entre os países deve contribuir para a estabilidade e a abertura do comércio “em vez de visar ou minar os interesses de terceiros”.
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traduzido do inglês por investnews