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Shein promete combater o lixo da indústria da moda antes de possível IPO

O peso pesado da moda investirá cerca de US$ 270 milhões, a maior parte dos quais é destinada a um fundo para apoiar empresas que buscam tecnologias de reciclagem têxtil

Por Andrea Figueras The wall street Journal
Publicado em
3 min
traduzido do inglês por investnews

A gigante de fast-fashion on-line Shein investirá cerca de US$ 270 milhões no Reino Unido e na Europa nos próximos cinco anos para lidar com o lixo da indústria, agora que se prepara para uma possível IPO em Londres.

O peso-pesado da moda disse na quarta-feira que investiria 250 milhões de euros (US$ 270,3 milhões), a maior parte destinada a um fundo para apoiar empresas que buscam tecnologias de reciclagem têxtil para combater o desperdício, uma grande preocupação que afeta a indústria. O restante será alocado para marcas e designers regionais para expandir seus negócios com os serviços de marketplace da Shein, e potenciais investimentos em P&D ou instalações de produção piloto no Reino Unido e na Europa.

O investimento ocorre em meio a preocupações generalizadas sobre a sustentabilidade das práticas de negócios da Shein, vistas como sendo uma das razões para a lenta resposta dos reguladores dos EUA ao pedido de aprovação de sua IPO em Nova York.

A empresa com sede em Singapura apresentou confidencialmente um pedido de oferta pública inicial de suas ações em Londres, informou o Wall Street Journal no mês passado, depois que o pedido dos EUA foi travado pelos reguladores por meses. 

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O pedido foi frustrado por tensões entre os EUA e a China, onde a empresa foi fundada. Entre as questões que cercam a listagem nos Estados Unidos estão preocupações com sustentabilidade, transparência da cadeia de suprimentos da empresa e alegações de trabalho forçado na região chinesa de Xinjiang.

“A Shein tem a responsabilidade e a oportunidade de acelerar as inovações que podem abordar a pegada ambiental da indústria da moda”, disse o executivo-chefe Donald Tang na quarta-feira (10) ao anunciar o investimento.

Em maio, a Shein emitiu um comunicado falando sobre reportagens que questionavam as condições de trabalho nas fábricas de alguns de seus fornecedores terceirizados. “Estamos trabalhando ativamente para melhorar as práticas de nossos fornecedores, incluindo garantir que as horas trabalhadas sejam voluntárias e que os trabalhadores sejam remunerados de forma justa pelo que fazem”, declarou a empresa na época.

A loja de comércio eletrônico trabalha com uma rede de fabricantes terceirizados em todo o mundo, incluindo China, Brasil e Turquia.

Com suas roupas modernas e de preço ultrabaixo, a Shein invadiu a indústria da moda. A empresa tem um modelo de negócios sob demanda, baseado em pequenos pedidos no lançamento inicial de uma peça e no reabastecimento dependendo da popularidade dos produtos.

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A crescente demanda por roupas e acessórios da Shein levou rivais como a sueca H&M e a espanhola Inditex a intensificar seus esforços por meio da melhoria da eficiência, corte de custos ou investimento em produtividade.

Escreva para Andrea Figueras em [email protected]

traduzido do inglês por investnews