Siga nossas redes

Negócios

Nubank anuncia compra da Easynvest

Aquisição de uma das maiores corretoras do país marca a entrada estratégica da fintech no mundo dos investimentos.

O Nubank fechou na noite desta quinta-feira (10) a compra da Easynvest, uma das maiores corretoras de investimentos do país, com 1,5 milhão de clientes e mais de R$ 20 bilhões sob custódia. A fintech fará o pagamento aos acionistas da empresa, em especial o fundo de private equity Advent International, que detém 60% do capital da companhia.

MAIS: Entenda a trajetória de um dos unicórnios brasileiros, o Nubank

A transação, que não teve o valor revelado, será feita por meio da troca de ações e por pagamento em dinheiro. Na última semana, a Easynvest havia confirmado a informação veiculada na imprensa de que contratou o banco JP Morgan para buscar um sócio que a ajudasse a crescer.

Com a aquisição de uma das maiores corretoras do país, o Nubank deu um passo decisivo para entrar na esfera dos investimentos, que vem conquistando um número cada vez maior de pessoas físicas. O número de CPFs cadastrados na base da B3 alcança quase 3 milhões até a última medição oficial, um aumento de 76% desde o final de 2019.

“Nosso principal objetivo sempre foi promover o acesso das pessoas a investimentos, para que pudessem ter o maior rendimento de seu dinheiro. Agora com o Nubank, poderemos potencializar esse propósito e levar os serviços para ainda mais pessoas no Brasil e América Latina”, afirmou Fernando Miranda, CEO da Easynvest, em nota à imprensa.

A princípio, nada muda para os clientes das duas plataformas. As empresas permanecem operando de mesma forma e de maneira independente. A seguir, um grupo de trabalho deve ser formado para planejar os próximos passos de integração dos serviços. A operação ainda precisa do aval do Banco Central e CADE.

A aquisição vem de carona na franca expansão do ambiente de investimentos no Brasil, beneficiado pela queda nas taxas de juros. Estimativas do setor apontam que o volume de ativos sob custódia pode passar de R$ 3 trilhões em 2020 para mais de R$ 5 trilhões em 2025.

Uma pesquisa da McKinsey aponta que a maior parte deste crescimento deve vir das plataformas digitais: 93% dos investidores brasileiros se dizem confortáveis em usar canais digitais para investir e 61% tomariam as próprias decisões de investimentos sem um assessor direto.


Varejo e tecnologia no DNA

Fundada como Título Corretora S/A em 1968, a Easynvest iniciou sua atuação como intermediária de investimentos com foco na bolsa de valores. Foi nos anos de 1990, com o advento da internet e a criação do pregão eletrônico, que a companhia entrou de cabeça no mundo digital. Lançou em 1999 uma das primeiras plataformas online de compra e venda de ações do país (home broker), que recebeu o nome de Easynvest.

A partir de 2012, a corretora expandiu sua atuação para além do mercado de renda variável, passando a oferecer produtos de renda fixa como o Tesouro Direto. A estratégia ganhou foco no investidor pessoa física, com todos os esforços voltados para uma vertente de educação financeira, que permanece no DNA da empresa até hoje. Foi o passo necessário para, em 2014, a corretora rebatizar seu nome com a razão social da Easynvest, momento no qual foi lançado um novo portal de investimentos 100% digital.

A Advent International, uma das maiores empresas de private equity do mundo, anunciou a aquisição de parte relevante da Easynvest em 2017, por R$ 200 milhões. O negócio aconteceu no ano seguinte à conquista da corretora como líder em número de investidores do Tesouro Direto, com uma base de 100 mil.


Nubank no mundo dos investimentos


O Nubank, hoje o maior banco digital independente do país, foi fundado em 6 de maio de 2013 pelo colombiano David Vélez. Iniciou suas operações como um cartão de crédito em 2014, evoluiu para um banco digital com operações reduzidas a partir da criação da Nuconta e passou a oferecer um menu de investimentos básicos com retorno automático de 100% do CDI atrelado à conta de pagamentos. 

Hoje, a fintechs abocanha mais de 26 milhões de clientes nos 5.570 municípios brasileiros, mais que o dobro do final de 2019. No primeiro semestre de 2020, a startup financeira registrou prejuízo de R$ 95 milhões, queda de 32% em relação ao período anterior. Desde sempre, o banco digital defende que o resultado negativo é uma decisão estratégica para crescer e abocanhar o mercado.

Com a compra da Easynvest, o banco digital faz sua terceira aquisição em 2020. No começo do ano, adquiriu a consultoria de tecnologia Plataformatec e a empresa americana de engenharia de software Cognitect há dois meses.

O Nubank passou da marca de US$ 1 bilhão em valor de mercado em março de 2018, entrando para o time de “unicórnios” brasileiros, após receber investimentos de fundos da China e da Rússia. Em julho de 2019, foi a primeira startup brasileira a se tornar um “decacórnio”, avaliada em mais de US$ 10 bilhões.

Abra sua conta! É Grátis

Já comecei o meu cadastro e quero continuar.