O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta quinta-feira (18) em transmissão pelas redes sociais que “obviamente” vai ter consequência a fala do presidente da Petrobras (PETR3 e PETR4), Roberto Castello Branco, que dias atrás havia dito que a ameaça de greve de caminhoneiros não era problema da empresa.
Nesta quinta, Bolsonaro reclamou dos preços dos combustíveis e anunciou medidas com o objetivo de reduzi-los.
“Nós acusamos responsabilidade de todo mundo. Pessoal, ninguém dá bola pra nada. Você vai na Receita: ‘Você, da Receita, não fiscaliza por quê?’ O cara não tem resposta. Eu não posso chamar atenção da Agência Nacional de Petróleo, porque é independente, mas tem atribuição também. Não faz nada”, disse.
“Você vai em cima da Petrobras e ela fala: ‘Opa, não é obrigação minha’. Ou, como disse o presidente da Petrobras, há questão de poucos dias, né: ‘eu não tenho nada a ver com caminhoneiro. Eu aumento o preço aqui, não tenho nada a ver com caminhoneiro’. Foi o que ele falou, o presidente da Petrobras. Isso vai ter uma consequência, obviamente. Não tenho nada a ver com isso”, emendou.
Em um evento no final de janeiro, o presidente da Petrobras disse que a ameaça de greve de caminhoneiros, que buscava pressionar pela redução de preços do diesel, não era problema da estatal, que pratica preços de paridade internacional.
“Este é um problema que não é da Petrobras”, afirmou Castello Branco, na ocasião.
A paralisação prevista para o início de fevereiro, entretanto, não teve adesão entre os caminhoneiros. Uma greve anterior, em 2018, criou grandes prejuízos econômicos para o país.
Bolsonaro tem um forte ligação, desde a época da campanha, com os caminhoneiros e tem anunciado uma série de medidas para a categoria durante a sua gestão.
Procurada pela Reuters, a assessoria da Petrobras disse que não iria comentar as declarações de Bolsonaro.