1- Estatais perdem R$ 113,2 bi em dois dias
A intervenção do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras, com a exigência de troca no comando da petroleira e reclamações sobre a alta no preço dos combustíveis, provocou forte turbulência no mercado financeiro e acabou respingando nas demais estatais. O risco de um intervencionismo maior e adoção de medidas populistas fizeram as ações das três principais estatais do país (Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras) perderem R$ 113,2 bilhões em dois dias.
Só na Petrobras a queda foi de R$ 99,6 bilhões. As ações da empresa, que já tinham caído quase 8% na sexta-feira, despencaram 20,48% (ON) ontem e podem manter o desempenho negativo nos próximos dias. No Banco do Brasil, o valor de mercado recuou R$ 12,6 bilhões em dois dias e, na Eletrobrás, quase R$ 900 milhões.
2- Reunião do Conselho da Petrobras
Onze membros do conselho de administração da Petrobras se reúnem na manhã desta terça-feira (23) para decidir o destino da estatal. Eles terão que votar a favor ou não do nome de Joaquim Silva e Luna — indicação de Bolsonaro — para a presidência da empresa, no lugar de Roberto Castello Branco.
Caso o nome seja rejeitado, a Petrobras pode enfrentar uma batalha jurídica e rasgar uma lei criada em 2016, após o escândalo de corrupção da Petrobras, para regrar empresas estatais de economia mista. dizem especialistas.
3 – Ações da Petz valorizam 70% em 5 meses
Desde que abriu seu capital, em setembro do ano passado, a Petz, companhia especializada em artigos para pets, viu suas ações subirem 70% na B3, a Bolsa paulista. A empresa hoje é avaliada em R$ 8,7 bilhões.
Situada em um segmento bastante pulverizado, mesmo sendo uma empresa bilionária, a Petz atualmente tem 6% de participação de mercado, seguida de perto pela Cobasi, com 5%. O setor de produtos e serviços para animais de estimação faturou R$ 40,1 bilhões no ano passado, uma alta de 13% sobre 2019, segundo dados do Instituto Pet Brasil.
4- Novo lote de vacinas
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que o Brasil vai receber nesta terça-feira (23) um segundo lote de 2 milhões de doses prontas da vacina da AstraZeneca importadas da Índia, em uma nova tentativa de recuperar o tempo perdido por atrasos na produção local do imunizante.
O cronograma original da Fiocruz previa a entrega das primeiras doses envasadas pela instituição ao Ministério da Saúde no começo de fevereiro, mas um atraso na importação do insumo farmacêutico ativo (IFA) produzido na China adiou esse calendário em cerca de um mês.
Com o atraso, a Fiocruz viabilizou junto a AstraZeneca a importação de doses prontas do imunizante produzidas pelo Instituto Serum, da Índia, com um primeiro lote de 2 milhões entregue em janeiro e um segundo agora confirmado para terça-feira.
5 – PEC propõe revogação dos gastos mínimos em saúde e educação
A minuta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que recria o auxílio emergencial prevê o fim dos mínimos de gastos em saúde e educação, tanto na União quanto em Estados e municípios.
Essa proposta já havia sido cogitada pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, no fim de 2019, quando foi enviada a PEC do pacto federativo, mas acabou perdendo força diante das fortes resistências. Como resultado, a proposta foi de apenas fundir os mínimos em saúde e educação para que os gestores tivessem mais flexibilidade na aplicação dos recursos. Agora, o relator, senador Marcio Bittar (MDB-AC), retoma a ideia original.
Caso essa iniciativa seja aprovada pelo Congresso Nacional, os parlamentares federais, estaduais e municipais terão de decidir ano a ano qual será o montante de recursos destinado à educação e à saúde, disputando com outras demandas dentro do Orçamento.
*Com informações do Reuters e Estadão Conteúdo