“Se você não consegue explicar de forma simples, você não entende bem o suficiente”, Albert Einstein
Em função do mundo hiperconectado, da era dos dados, no qual o volume de informações cresce exponencialmente, o que pode gerar até em tráfego ilícito de dados, as pessoas e as empresas tornam-se cada vez mais vulneráveis.
Neste cenário, a recomendação desta semana é o livro “Data Science” (Ciência de Dados para Negócios). Escrito pelos renomados cientistas de dados Foster Provost e Tom Fawcett, baseado em um curso de MBA ministrado por Provost nos últimos dez anos na Universidade de Nova York.
A leitura está na ordem do dia. Em recentes episódios no Brasil de vazamento e venda de dados, o País passou a ser a segunda nação que mais recebeu ciberataques no mundo e 76% dos usuários de Internet em nosso país já foram vítimas desses ataques. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) está aí para ser aplicada. O mundo é digital.
Por que recomendo o livro?
Na minha visão é o melhor livro sobre Data Science para uma compreensão profissional dos negócios e aplicar a ciência dos dados e suas técnicas no mundo real de suas empresas e negócios.
Considero um guia para Data Literacy ( Alfabetização em Dados ) uma das habilidades mais exigidas segundo a OCDE, que avalia ser a fluência em dados uma das seis habilidades principais para inovar no poder público, pois permite gestores lerem e terem fluência nos dados, considerado o idioma indispensável no mundo dos negócios.
Segundo a ONU, “ser alfabetizado em dados é um pilar essencial para o desenvolvimento sustentável” . E mais: 62% dos brasileiros não sabem reconhecer uma notícia falsa e apenas 42% ocasionalmente questiona o que lê na internet segundo Kaspersky. E mostra o quanto ainda precisamos sair desse analfabetismo em dados.
Confesso o entusiasmo pela recomendação desse livro. Pratico e exercito essa habilidade no meu dia a dia e tenho um empenho pessoal para que as pessoas que trabalham comigo se alfabetizem em dados. Eu adoraria que todos com quem trabalho tivessem essa compreensão.
A mineração e fluência de dados é uma arte
Segundo os autores, “lidar bem com os dados está rapidamente se tornando um requisito mínimo para entrar no jogo. A profunda experiência aplicada dos autores faz com que esta seja uma leitura obrigatória ― uma janela para a estratégia de seu concorrente.”
Os autores também nos mostram que os dados devem ser considerados um ativo e, portanto, devemos pensar cuidadosamente sobre quais investimentos devemos fazer para obter as melhores vantagens do nosso ativo.
Este livro é sobre a extração de informações e conhecimentos úteis a partir de grandes volumes de dados, a fim de melhorar a tomada de decisão nos negócios.
Como a coleta de dados em massa se espalhou por meio de praticamente todos os setores da indústria e unidades de negócios, o mesmo aconteceu com as oportunidades de mineração de dados. Formando a base do extenso corpo de técnicas de mineração de dados está um conjunto muito menor de conceitos fundamentais.
Quem está por trás dos números
Os dados não falam sozinhos refletem crenças e padrões. Aqui me faz lembrar uma experiência que vivi em Portugal ao apresentar um relatório ao investidor financeiro. Antes de apresentar ele me perguntou: “o senhor está por trás desses números que vai me apresentar” ? E continuou … “não vou ler esse relatório. Prefiro conversar com o senhor”. Para minha surpresa passou mais de três horas me bombardeando de perguntas. Ao final disse-me : “agora vou passar para a equipe técnica”. Moral da história o investimento foi aprovado. Aprendi essa lição “quem está por trás dos números”.
Assim também reforçam os autores do livro: “precisamos ter em mente que os dados, aos quais aplicamos as técnicas de data science, são os produtos de algum processo que envolveu decisões humanas e reforçam: “O que os dados não podem fazer, os seres humanos os fazem”.
Este livro se concentra em como, por que e quando podemos obter valor de negócios a partir de data science, melhorando a tomada de decisões com base nos dados. Também é importante considerar os limites da data science e da tomada de decisões baseada em dados, reforçam Foster Provost e Tom Fawcett.
Os humanos e os computadores: um par perfeito
Existem coisas em que os computadores são bons e coisas que as pessoas são boas, mas, muitas vezes, essas não são as mesmas coisas. Por exemplo, os seres humanos são muito melhores em identificar — dentre todas as coisas que existem no mundo — pequenos conjuntos de aspectos relevantes do mundo a partir do qual recolhem dados em apoio a determinada tarefa. Computadores são muito melhores em peneirar uma grande compilação de dados, incluindo um grande número de (possivelmente) variáveis relevantes, e quantificar a relevância delas para prever um alvo.
Conheça também a SGB
Se você é um investidor de negócios, e não um cientista de dados, não deixe que os cientistas de dados lhe enganem com jargões: os conceitos deste livro mais o conhecimento de seu próprio sistema de dados devem permitir que você compreenda 80% ou mais de data science, em um nível razoável o suficiente para que seja produtivo para seu negócio.
Por isso também recomendo vivamente conhecerem a SGB, Social Good Brasil, uma organização da sociedade civil (OSCIP) que existe desde 2012 e foi criada a partir de uma parceria com a Fundação das Nações Unidas, que tem como um dos seus objetivos promover a educação em dados . Agradeço aqui a Presidente da SDB Fernanda Bornhausen de Sá por ter me apresentado a esse mundo fascinante da Alfabetização em Dados.
*Aloisio Sotero é professor de Economia Digital e cofundador da Baex, Escola Internacional de Educação para Executivos. |
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