A agência de classificação de risco Fitch afirmou nesta quarta-feira (18) o rating do Brasil em BB-, e manteve a perspectiva negativa – ou seja, com previsões para cortes nas próximas avaliações.
O rating é uma espécie de “nota” dada pelas agências de risco aos emissores de dívida, incluindo países. O do Brasil, BB-, é considerado grau especulativo, ou seja, não tem o “selo de bom pagador” para os investidores.
No comunicado desta quarta, a Fitch justificou o rating do Brasil citando as preocupações sobre a situação fiscal. “A perspectiva negativa reflete a severa deterioração do déficit fiscal do Brasil e da carga da dívida pública durante 2020”, disse a agência, apontando ainda que “a incerteza persistente quanto às perspectivas de consolidação fiscal”.
Entre as incertezas citadas, o comunicado inclui a manutenção do teto de gastos, classificada pela Fitch como “a principal âncora da política fiscal”.
“Embora a equipe econômica esteja comprometida em retornar à sua agenda de reformas em 2021, o ambiente político permanece fluido, reduzindo a visibilidade e previsibilidade do processo”, diz ainda o comunicado da Fitch.
Para este ano, a projeção da agência é de que o Produto Interno Bruto (PIB) recue 5%. A Fitch também projeta que a dívida pública siga aumentando, em meio à “pressão de gastos”, e termine 2020 em 95% do PIB.