Príncipe saudita rejeita oferta de Musk
O investidor da Arábia Saudita príncipe Alwaleed bin Talal disse nesta quinta-feira que, como um dos principais acionistas do Twitter, rejeita a oferta de compra feita pelo bilionário Elon Musk.
“Não acredito que a oferta proposta por Elon Musk (54,20 dólares por ação) chegue perto do valor intrínseco do Twitter, dadas suas perspectivas de crescimento”, disse ele em um tuíte.
Musk anunciou mais cedo uma oferta de compra do Twitter por 43 bilhões de dólares em dinheiro. O bilionário, presidente-executivo da montadora de carros elétricos Tesla, disse que a rede social precisa ter capital fechado para crescer e se tornar uma plataforma de liberdade de expressão.
Rússia pede apoio do Brasil
A Rússia pediu apoio do governo brasileiro no Fundo Monetário Internacional (FMI), no Banco Mundial e no G20 após sofrer sanções por nações ocidentais diante da invasão à Ucrânia, segundo carta obtida pela Reuters.
O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, escreveu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pedindo o “apoio do Brasil para evitar acusações políticas e tentativas de discriminação em instituições financeiras internacionais e fóruns multilaterais”.
“Nos bastidores, há um trabalho em andamento no FMI e no Banco Mundial para limitar ou até expulsar a Rússia do processo de tomada de decisão”, escreveu Siluanov. Ele não detalhou os obstáculos à participação russa nessas instituições, e suas alegações não puderam ser verificadas de forma independente.
A carta, que não faz menção à guerra na Ucrânia, é datada de 30 de março e foi transmitida a Guedes pelo embaixador da Rússia em Brasília na quarta-feira.
“Como você sabe, a Rússia está passando por um período desafiador de turbulência econômica e financeira causada por sanções impostas pelos Estados Unidos e seus aliados”, disse o ministro russo.
Questionado sobre a carta, Erivaldo Gomes, secretário de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério da Economia, indicou que o governo federal gostaria que a Rússia continuasse nas discussões em organismos multilaterais.
“Do ponto de vista do Brasil… manter o diálogo aberto é essencial”, disse. “Nossas pontes são os órgãos internacionais, e nossa avaliação é que essas pontes precisam ser preservadas.”
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse na semana passada que os EUA não participariam de nenhuma reunião do G20 se a Rússia estivesse presente, citando a invasão à Ucrânia.
Quase metade das reservas internacionais da Rússia foi congelada, e as transações de comércio exterior estão sendo bloqueadas, incluindo aquelas com parceiros econômicos de mercados emergentes, afirmou Siluanov.
“Os Estados Unidos e seus aliados estão promovendo uma política de isolamento da Rússia da comunidade internacional”, acrescentou.
Siluanov disse ainda que as sanções violam os princípios do acordo de Bretton-Woods, que criou o FMI e o Banco Mundial.
“Consideramos que a atual crise causada por sanções econômicas sem precedentes adotadas pelos países do G7 pode ter consequências duradouras, a menos que tomemos uma ação conjunta para resolvê-la”, escreveu ele a Guedes.
O presidente Jair Bolsonaro, que visitou Moscou poucos dias antes da invasão russa à Ucrânia, manteve o Brasil neutro na crise e não condenou a investida, atraindo críticas do governo dos Estados Unidos.
Bolsonaro expressou solidariedade à Rússia ao visitar o presidente Vladimir Putin no Kremlin em 16 de fevereiro, cerca de uma semana antes do início da invasão.
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse que o Brasil se opõe à expulsão da Rússia do G20, conforme solicitado pelos Estados Unidos.
“O mais importante seria, neste momento, que todos esses fóruns –o G20, a OMC, a FAO– possam ter o funcionamento pleno. E para ter o funcionamento pleno, seria preciso que tivessem todos os países, inclusive a Rússia”, disse França em audiência no Senado em 25 de março.
Tencent bloqueará acesso de jogadores chineses
A Tencent disse que encerrará um serviço que permite que jogadores chineses acessem plataformas de jogos estrangeiros não aprovados, diante do escrutínio regulatório sobre o setor.
A maior empresa social e de jogos do país disse na quarta-feira que atualizará em 31 de maio seus aplicativos móveis e de desktop de aumento de velocidade de jogos para novas versões que suportariam apenas jogos operados na China. As novas versões não permitirão mais o acesso de usuários a jogos estrangeiros.
A Tencent lançou os aplicativos pela primeira vez em 2018. Esses produtos, que outras empresas como a NetEase também oferecem, atuam como ferramentas de aceleração de rede que ajudam os usuários a aumentar a velocidade da internet.
Os jogadores na China só podem jogar títulos aprovados pelo governo e não podem jogar com estrangeiros em servidores de fora do país. Embora esses jogos não sejam explicitamente bloqueados, as velocidades locais da internet geralmente são muito lentas para os jogadores acessá-los.
Como tal, muitos jogadores na China usaram esses aplicativos na prática para acessar jogos estrangeiros não aprovados, como Grand Theft Auto (GTA) ou Animal Crossing, da Nintendo. Os aplicativos também se tornaram ao longo dos anos canais de uma área “cinzenta” para desenvolvedores de jogos estrangeiros alcançarem usuários no maior mercado de jogos do mundo.
A Tencent se recusou a fornecer mais comentários sobre por que decidiu fazer alterações no aplicativo.
A mudança foi recebida com desânimo pelos jogadores chineses, mas muitos disseram que não era surpreendente.
“Isso é esperado, dada a direção em que as coisas estão indo. É mais difícil ser um jogador na China a cada dia”, escreveu um internauta chinês no site de microblog Weibo.
A medida ocorre dias após a China suspender um congelamento de nove meses nas licenças de jogos. Nesse período, as empresas de jogos, incluindo a Tencent, fizeram grandes ajustes em suas práticas comerciais para cumprir definições regulatórias.