Os Estados Unidos são o país com o maior número de milionários no mundo e devem ser a nação que mais ganhará pessoas adultas com fortunas acima de US$ 1 milhão até 2025. É o que aponta o mais recente relatório de riqueza global do Credit Suisse, com dados consolidados de 2020. Naquele ano, os EUA tinham mais de 21 milhões de milionários e, em 2025, devem ultrapassar os 28 milhões.
Após os Estados Unidos, aparecem, respectivamente, entre os demais países com mais milionários: China, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Austrália, Canadá e Itália
Já o Brasil ocupa a 24ª posição do levantamento, com 207 mil milionários e, para o ano de 2025, é esperado que o país tenha 306 mil pessoas adultas com fortunas avaliadas acima de US$ 1 milhão, segundo projeção do Credit Suisse.
Na passagem de 2019 para 2020, ainda segundo levantamento do banco suíço, o mundo ganhou mais de 5 milhões de milionários, com destaque para os Estados Unidos. Por lá, mais de um milhão de pessoas passaram a ter patrimônio acima de US$ 1 milhão, seguido de Alemanha, Austrália e Japão.
Por outro lado, no período, o Brasil foi o país que mais perdeu milionários, com 108 mil pessoas deixando de ter mais de US$ 1 milhão. Segundo o Credit Suisse, essa queda ocorreu por causa da depreciação do real no período.
Para o levantamento, o banco suíço considerou países com a disponibilidade de dados confiáveis, ou seja, nações que tiveram números divulgados para a riqueza financeira total de famílias no final de 2020.
Com isso, o relatório apontou que, naquele ano, o mundo contava com mais de 56 milhões de milionários, com expectativa desse total chegar a mais de 84 milhões em 2025.
Confira a seguir este especial sobre a concentração de riqueza no Brasil e em outros países na série de Infográficos do InvestNews.
Concentração de riqueza
De acordo com o Credit Suisse, em 2020, o Brasil era o segundo país mais desigual entre 10 nações analisadas, ficando atrás apenas da Rússia, onde o 1% mais rico da população detinha 58,2% da renda nacional.
No Brasil, naquele ano, o 1% mais rico do país detinha 49,6% da riqueza total da nação. Este percentual é 2,7 pontos mais alto em relação ao registrado em 2019.
Onde estão os mais ‘ricos’ do Brasil?
Segundo o cálculo mais recente da FGV Social, o Distrito Federal liderava em 2019 o topo do ranking de renda média anual declarada entre os mais ricos, com R$ 11.994,05. Na sequência, aparecem Rio de Janeiro, com R$ 9.798,18, São Paulo, com R$ 9.341,41, e três estados da região sul do país.
Para chegar a este resultado, foram utilizados como base os dados anuais de rendimentos declarados no Imposto de Renda Pessoa Física divididos pelo total da população, entre as 27 unidades da federação brasileira.
No Distrito Federal, o patrimônio líquido médio de declarante de Imposto de Renda naquele ano era de R$ 317.198,71. No Rio de Janeiro, de R$ 329.278,64, e, em São Paulo, de R$ 373.974,43.
Segundo a FGV Social, os dados do Imposto de Renda gerados pela Receita Federal permitem captar com mais propriedade a renda dos mais ricos brasileiros do que os dados de pesquisas domiciliares tradicionalmente usados em estudos sobre a pobreza e desigualdade. Dessa forma, para o levantamento, foram desconsideradas as rendas informais e as demais não declaradas no Imposto de Renda.
Redução no índice de desigualdade
Após quatro anos de alta, em 2020, o Brasil teve queda no índice que mede a concentração e desigualdade de renda, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o IBGE, apesar de a crise provocada pela pandemia de covid-19 reduzir o número de ocupados no país, o auxílio emergencial influenciou a melhora do resultado do índice em 2020.
“Houve uma piora do mercado de trabalho. Muita gente perdeu ocupação, mas o auxílio emergencial segurou quem tinha rendas domiciliares menores. Isso tornou a distribuição de renda do país menos desigual”, informou Alessandra Scalioni, analista do IBGE.
O índice de Gini do rendimento domiciliar per capita (por pessoa) reduziu 0,020 entre 2019 e 2020, fechando em 0,524. Foi o melhor resultado desde 2012, desconsiderando o ano de 2015, que apresentou o mesmo número. O indicador varia de 0 (perfeita igualdade) a 1 (máxima concentração e desigualdade).
Entre os anos de 2019 e 2020, a desigualdade medida pelo Gini reduziu em todas as grandes regiões, principalmente no Nordeste e Norte do país, onde o recebimento do auxílio emergencial alcançou a maior proporção de domicílios.