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Economia

Ata do Fed sinaliza novos aumentos de juros de 0,5 ponto percentual

Membros concordaram que inflação se tornou grande ameaça e poderia avançar ainda mais sem ação do órgão.

Sede do Fed em Washington, DC. REUTERS/Chris Wattie

Todos os participantes da reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) de 3 a 4 de maio apoiaram um aumento de juros de 0,50 ponto percentual para combater a inflação, que eles concordaram ter se tornado uma grande ameaça para o desempenho da economia norte-americana, e que poderia subir ainda mais sem a ação do Federal Reserve, apontou a ata do encontro.

A elevação de juros de 0,50 ponto percentual neste mês foi a primeira desse tamanho em mais de 20 anos, e colocou o Fed em uma trajetória de rápido aperto da política monetária, com “a maioria dos participantes” julgando que mais ajustes de 0,50 ponto seriam “provavelmente apropriados” nas próximas reuniões do banco central, em junho e julho, de acordo com a ata divulgada nesta quarta-feira (25).

“Todos os participantes concordaram que a economia dos EUA estava muito forte, o mercado de trabalho estava extremamente apertado e a inflação, muito elevada”, afirmou a ata, com os riscos de uma inflação mais acelerada “inclinados para cima” em razão dos atuais problemas de oferta globais, da guerra na Ucrânia e dos lockdowns contínuos contra o coronavírus na China.

Visão do mercado

Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores, afirmou em comunicado enviado ao mercado que a ata do FED vem em “tom duro”, mas menos rígido do que o mercado esperava.

O analista acrescenta que ata a confirma que vai ser preciso pelo menos mais duas altas de 50 pontos, mas, por outro lado, ficará difícil prever os próximos passos, já que país deve ter uma inflação do setor de serviços acelerada no início do verão, em em especial o segmento de viagens. “Esse setor vai para cima de contratação temporária, o que vai bombar mais a economia. Então, a ideia é acelerar a alta agora para depois do verão, em setembro, poder reavaliar dados”, explicou.

Além disso, Oliveira enfatizou que a inflação não depende só da alta de juros pelo FED, mas também de como ficará a situação da China, em meio aos lockdowns, além da necessidade da resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia.

*Com agências

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