Morning Call: ata do Fed esperada hoje e inflação no Reino Unido chega a 10%

Mercados asiáticos aproveitam estímulos à economia chinesa e Europa enquanto espera ata do Fed

Os mercados asiáticos nesta quarta feira se aproveitaram das declarações do primeiro ministro chinês de que a economia chinesa conitnuará a receber estímulos fiscais através da emissão de bônus do governo ao mesmo tempo que incentivou o uso desta ferramenta para autoridades de seis províncias. A declaração, assim como a redução na taxa de juros de empréstimos de curto prazo no começo da semana e ajudou os principais índices a fecharem o dia em alta como o japonês Nikkei com +1,23%, Hang Seng: +0,46%, Shanghai: +0,45%, Taiex: +0,29% e o índice sul coreano Kospi como exceção com queda de 0,67% devido às quedas das ações de montadoras.

Na Europa o clima é de aversão ao risco com queda nas bolsas após a divulgação de dois dados econômicos importantes. O primeiro foi a inflação do Reino Unido que cresceu 0,6% em julho frente ao resultado esperado de 0,4%, fazendo com que a inflação acumulada em 12 meses passasse de 9,5% em junho para 10,1% em julho, a maior em 40 anos, superando a projeção de mercado de 9,8% O núcleo do índice , que exclui itens voláteis como energia e alimentos, cresceu 0,3% no mês, resultado acima da alta de 0,2% esperada e o acumulado em 12 meses passou de 5,8% em junho para 6,2% em julho, resultado acima dos 5,9% esperados. Vale lembrar que o próprio Banco Central da Inglaterra projeta um pico inflacionário de 13% para o país em outubro como cenário base.

O segundo dado é o PIB da zona do Euro no segundo trimestre que cresceu 0,6%, resultado levemente abaixo do 0,7% projetado. Na comparação anual, o Produto Interno Bruto cresceu 3,9%, também praticamente em linha com o crescimento de 4% esperado. Os dados voltam a colocar pressão sobre o Banco Central Europeu e o Banco Central da Inglaterra para que elevem suas taxas de juros e como resultado, as bolsas sofrem quedas com o índice alemão DAX com -0,99%, o FTSE do Reino Unido com -0,40%, o francês CAC com -0,52% e o Euro Stoxx com -0,62%.

E às 15:00 em horário local, será divulgada a ata do Fomc, comitê de mercado aberto do Banco Central dos EUA, equivalente ao nosso Copom, e que deve dar pistas sobre o ritmo do aperto dos juros nos EUA. Mesmo com parte do mercado apostando em uma alta de juros mais branda na economia norte americana, alguns diretores do Fed, como Charles Evans do Fed de Chicago e Neel Kashkari do Fed de Minneapolis, já declararam que não consideram que a inflação está controlada e que o Fed deveria manter seu ritmo de aperto monetário.

A depender do tom da ata, os mercados podem ter uma aversão maior ao risco hoje que poderia chamar o capital estrangeiro para fora do Brasil, enfraquecendo o real frente ao dólar. Caso a interpretação do mercado seja de que o Fed irá manter o ritmo atual e com possíveis espaços para cortes na taxa de juros em 2023, mercados emergentes podem se beneficiar por investidores aceitando correr maior risco globalmente.

IGP-10 registra deflação de 0,69% em agosto

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), divulgado pela FGV hoje, registrou uma queda de 0,69% em agosto após a alta de 0,6% em julho. No acumulado em 12 meses, o índice acumula alta de 8,43%. Dentre os 3 índices que compõem o IGP-10, o Índice de Preços ao Produtor Amplo, IPA, caiu 0,65%, o Índice de Preços ao Consumidor, IPC, teve queda de 1,56% e o Índice Nacional de Custo da Construção, INCC, teve alta de 0,74%.

E o nosso Índice Bovespa continua a apresentar uma performance positiva nos últimos dias mas a resistência aos 113 mil pontos não foi superada. Possíveis correções podem trazer o índice para o primeiro suporte aos 107.700 pontos ou logo abaixo aos 105.000 pontos onde as médias móveis de 200 e 21 períodos respectivamente se encontram.

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