Os mercados da Ásia, em sua maioria, caem nesta quarta-feira em meio ao clima de aversão ao risco global dos investidores após o discurso duro do Banco Central dos EUA em relação à inflação e também pela suspensão do maior mercado de produtos eletrônicos do mundo em Shenzhen, na China, assim como o transporte público na região depois de novos casos de covid.
O índice japonês Nikkei encerrou o dia com -0,37%, o índice de Shanghai com -0,78% enquanto o de Hang Seng teve alta de 0,03%, o índice sul coreano KOSPI registrou ganho de 0,86% e o índice Taiex subiu 0,95%.
Na Europa, dados econômicos em linha ou melhores que as expectativas, como o Índice de Preços ao Consumidor preliminar da França com alta de 5,8% em 12 meses, abaixo dos 6,1% esperados pelo mercado, não conseguiram reverter o pessimismo das bolsas que pioraram com a divulgação do Índice de Preços preliminar da zona do Euro em agosto com alta de 0,5%, superando a alta de 0,4% esperada, enquanto a alta em 12 meses passa de 8,9% em julho para 9,1% em agosto, superando os 9% esperados pelo mercado. Mesmo o núcleo do Índice de Preços, que exclui itens voláteis como energia e alimentos, registrou anualizada de 4,3%, superando os 4% esperados.
Os principais índices europeus registravam queda na manhã desta quarta-feira como o alemão DAX com -0,41%, o espanhol IBEX com -1,13%, o britânico FTSE com -1,16% e o Euro Stoxx com -0,42%.
Juros mais altos e desaceleração global derrubam petróleo
Com uma provável demanda menor por petróleo pelos EUA e China, o preço do barril de petróleo registrou queda nos últimos dias. O barril do tipo Brent, referência para Petrobras, caiu de US$ 103 na segunda-feira para próximo de US$ 95,15 no começo desta quarta, uma queda superior a 7,5% enquanto o barril do tipo WTI chegou a registrar queda maior que 8,8% na semana.
Quando analisamos os dados da Confiança do Consumidor dos EUA em agosto divulgados ontem, o índice subiu de 95,3 pontos para 103,2, superando os 97,9 de projeção, e o relatório de ofertas de emprego JOLTs referente a julho, mostrou um aumento nas vagas disponíveis no setor privado de 11 milhões em junho para 11,23 milhões em julho, superando as expectativas de 10,47 milhões. Isso significa que apesar da recente alta de juros nos EUA, o risco da inflação continuar persistente por conta do mercado de trabalho aquecido aumenta se o Fed não elevar os juros a um patamar necessariamente mais alto que o esperado pelos mercados.
Hoje às 09h será divulgado o relatório de empregos privados ADP de junho, que pode impactar os mercados hoje enquanto os investidores esperam que a criação dessas vagas passa de 128 mil registradas em maio para 288 mil no mês de junho.
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