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Economia

Preços ao consumidor nos EUA aumentam inesperadamente em agosto

O CPI subiu 0,1% no mês passado, após ficar inalterado em julho.

 Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram inesperadamente em agosto na comparação com o mês anterior, com a queda dos preços da gasolina sendo compensada por ganhos nos custos de aluguel e alimentação, dando cobertura para o Federal Reserve entregar outro forte aumento da taxa de juros na quarta-feira da semana que vem.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% no mês passado, após ficar inalterado em julho, informou o Departamento do Trabalho nesta terça-feira. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice cairia 0,1%.

Nos 12 meses até agosto, o CPI aumentou 8,3%, em uma desaceleração em relação à alta de 8,5% em julho. O CPI anual atingiu um pico de 9,1% em junho, que foi o maior avanço desde novembro de 1981.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o CPI subiu 0,6% em agosto, após avançar 0,3% em julho. O chamado núcleo do CPI teve alta de 6,3% nos 12 meses até agosto, após alta de 5,9% em julho.

A inflação geral está desacelerando à medida que os preços dos bens recuam depois de terem subido no início deste ano em meio a um afrouxamento dos gargalos nas cadeias de suprimentos globais e uma migração dos gastos de volta aos serviços.

Consumidores fazem compras em supermercado na cidade de Nova York, EUA
Consumidores fazem compras em supermercado na cidade de Nova York, EUA 10/06/2022 REUTERS/Andrew Kelly

Taxa de juros

Autoridades do Fed se reúnem para sua reunião regular de política monetária na próxima terça e quarta-feira, com a inflação permanecendo muito acima da meta de 2% do banco central dos EUA.

O presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou na semana passada que o banco central estava “fortemente comprometido” com o combate à inflação.

Segundo Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed, além de já haver precificação de alta de 0,75 ponto percentual nos juros pelo Fed na semana que vem, o mercado vai colocar mais uma alta da mesma magnitude em novembro, levando os juros para o fim do ano entre 4,25% e 4,5%.

“Essa inflação está se mostrando muito mais persistente do que o Fed imaginava. E Powell já havia afirmado que seguem firmes com o objetivo de controlar a inflação, que ainda é um problema grave e persistente nos Estados Unidos”, avalia Fares.

De acordo com o Andrey Nousi, fundador da Nousi Finance, a inflação muito acima do esperado foi um péssimo sinal para o mercado.

“Embora a inflação tenha reduzido de 8.5% (acumulado 12 meses) no mês passado para 8.3% agora, a desaceleração é muito fraca e a inflação ainda preocupa demais, fazendo com que o Fed precise ainda manter o aperto monetário por mais tempo”, diz Nousi.

Para o fundador da Nousi Finance, o e investidor deve buscar ativos que sejam menos impactados pelas mudanças da economia.

*Com Reuters.

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