Se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer as eleições de 2022, as ações da Via (VIIA3) têm potencial para subir 120% e as da Direcional (DIRR3), 35%, segundo análise feita pela Órama. Já se Jair Bolsonaro (PL) for reeleito, a ação preferencial da Petrobras (PETR4) tem potencial de ganho de 30% e a do Banco do Brasil (BBAS3), de 25%, ainda de acordo com os analistas da Órama.
“Caso se concretize uma vitória de Bolsonaro, vemos um cenário favorável para estatais. Desde a Lava Jato e o governo Temer, a governança corporativa das estatais vem sendo reforçada, e isto é facilmente observável nos números”, afirma a Órama em relatório.
“Tivemos neste período melhoras nos números da maioria das estatais, que vêm sendo melhor geridas e resultando em lucros cada vez maiores para os acionistas. Executivos renomados de mercado vêm sendo indicados para o alto comando, ao invés de nomeações políticas”, dizem ainda os analistas.
“Já numa vitória do Lula“, a casa projeta o seguinte cenário: “vimos um incentivo muito grande ao aumento do consumo por parte da população de baixa renda, cenário que pode se repetir desta vez. Políticas como cortes no IPI poderão ser adotadas, o que melhora bastante as perspectivas para o varejo discricionário”.
“Outro setor que foi beneficiado nos governos anteriores foi a construção de baixa renda, com o advento do Minha Casa Minha Vida – rebatizado atualmente de Casa Verde e Amarela”, complementa a Órama.
Veja a análise da Órama para cada uma das ações:
Cenário: Bolsonaro eleito
Petrobras (PETR4)
A Órama diz que, “a partir do governo Temer, a gestão da Petrobras foi renovada”, em um movimento que, segundo a análise, teve continuidade no governo Bolsonaro. “Neste período, a Petrobras se transformou de uma companhia deficitária numa das maiores máquinas de dividendos da bolsa brasileira atualmente”.
“O mercado vê em Bolsonaro a continuidade deste cenário, o que deve reduzir o desconto da Petrobras em relação aos pares internacionais. Sem a ameaça da reversão destes avanços, a nossa perspectiva é de forte alta para o papel.”
Banco do Brasil (BBAS3)
Segundo a Orama, o “Banco do Brasil é outro exemplo de empresa que teve a governança reforçada e o corpo executivo revisto, com entrada de profissionais alinhados com as melhores práticas da iniciativa privada”.
“O trabalho ao longo destes anos resultou em lucratividade recorde para o Banco do Brasil. O mercado vem precificando esta melhora”, dizem os analistas, que complementam: “ainda vemos espaço para o BB subir de preço. Os principais bancos brasileiros operam em múltiplos bastante superiores.”
“A gestão atual tem pago bons dividendos, e novamente, uma vitória de Bolsonaro representaria a continuidade deste direcionamento para a empresa.”
Cenário: Lula eleito
VIA (VIIA3)
A Órama diz que, ao longo dos governos petistas anteriores, “aumentos de gastos e isenções tributárias ditavam o tom, com um direcionamento especial ao aumento do consumo das famílias. Uma repetição deste cenário beneficiaria as indústrias de varejo e consumo como um todo, e acreditamos que as ações da Via seriam um excelente veículo para se beneficiar deste viés.”
“O varejo discricionário é a parte do varejo que aufere a maior parte da sua receita com a venda de bens de preço mais elevado – nomeadamente itens de linha branca (geladeiras, fogões…) e eletroeletrônicos (TVs, computadores…). Este nicho é extremamente sensível à situação de renda, emprego e crédito da população, podendo ir facilmente de lucro a prejuízo com uma mudança de cenário.”
A Órama diz ainda que a Via “está com um preço bem baixo, e vemos muito potencial de melhora.”
Direcional (DIRR3)
A Órama comenta o advento do programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida nos governos petistas. “O presidente Bolsonaro rebatizou este programa de Casa Verde e Amarela”, aponta o relatório, complementando que “tivemos recentemente uma mudança nas regras do programa tendo em vista acomodar as demandas das empresas e manter a oferta de imóveis”.
“Por mais que o programa esteja em vigor, a perspectiva para um governo petista é de um cenário mais favorável para as construtoras desse nicho. Dentre elas, destacamos a Direcional, por ter um corpo executivo competente e operar a um múltiplo relativamente descontado”, diz o relatório.
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