Entidades que monitoraram as eleições no país neste domingo (2) disseram que o pleito transcorreu “de forma tranquila”, dentro da “normalidade” com número baixo de ocorrências, e destacaram, em especial, as longas filas.
O relato se assemelha à avaliação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, que mais cedo falou em eleição “tranquila” e “harmoniosa”. Trabalhadores do Judiciário haviam mostrado preocupação com a segurança de quem trabalha nas eleições, em meio a casos de violência entre eleitores por motivação política nos últimos meses.
“Não foi identificado nenhum fato que possa comprometer a lisura do resultado ou colocar em dúvida o procedimento”, disse Patricia Vanzolini, presidente da Seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), em nota. “O Estado de São Paulo” é o maior colégio eleitoral do país.
A organização sem fins lucrativos Transparência Eleitoral disse em seu último boletim do dia, divulgado cerca de 17h30, que o número de relatos de falha técnica em urnas e dispositivos correlatos foi baixo, “quadro que confirma segundo os locais de votação observados, que as eleições transcorrem com normalidade”.
A ONG teve 98 observadores espalhados por 30 cidades no Brasil e em consulados e embaixadas de sete países.
Quatro observadores disseram ter sido impedidos de acompanhar as eleições nas seções visitadas, apesar de terem credenciais, e não houve relato de incidentes envolvendo celulares, segundo a ONG.
A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia disse em relatório no final da tarde que as longas filas eram a principal reclamação dos eleitores, e que apesar da demora, os associados da entidade que acompanharam as eleições em nove Estados afirmaram que tudo estava transcorrendo “de forma tranquila”.
Boletim do Ministério da Justiça e Segurança Pública mostrava, de 18h15, 310 ocorrências de boca de urna.
Homem armado e urna quebrada
Entre as ocorrências registradas por autoridades locais neste domingo, um homem em Goiânia quebrou uma urna com um pedaço de madeira e foi encaminhado à Polícia Federal, enquanto em Cerro Grande (RS) um eleitor tentou entrar com uma faca no local de votação e, após resistir à abordagem policial, feriu um policial no braço, sem gravidade.
Em São Paulo, dois policias ficaram feridos após um homem armado disparar contra eles em uma zona eleitoral. Sobre esse caso, Moraes disse que não foi por motivos políticos.
Mais cedo, o presidente do TSE disse que as eleições estavam transcorrendo dentro da normalidade, incluindo as filas e ocorrências registradas ao redor do país e no exterior.
Moraes afirmou que o comparecimento deveria ficar “mais ou menos igual ao das últimas eleições”. Ele destacou que filas são normais, especialmente no horário pré-almoço, e que não é possível afirmar que elas se devem à biometria.
Ao menos três apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e um apoiador do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) foram mortos nos últimos meses possivelmente por motivos políticos, entre outros episódios de agressões e intimidações.
A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) afirmou neste domingo que o quadro preliminar é de que a votação ocorreu sem grandes intercorrências quanto à segurança dos trabalhadores.
Representantes da Fenajufe chegaram a cobrar no final de setembro urgência do TSE na elaboração de ações para garantir a segurança dos servidores da Justiça Eleitoral no dia das eleições. A corte proibiu o transporte de armas e munições, por parte de colecionadores, atiradores e caçadores, em todo o território nacional, durante este domingo e nas 24 horas que antecederam e sucedem as eleições.
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