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BNDES financia venda de seis jatos E-175 da Embraer para Skywest

Operação de R$ 670 milhões envolve quatro seguradoras privadas. SkyWest assumirá o compromisso de pagamento em dólares ao BNDES.

Embraer revela seu novo jato regional E-175, em São José dos Campos, São Paulo. 12/03/2014. REUTERS/Paulo Whitaker/File Phot

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai financiar a exportação de seis aviões da Embraer para a companhia aérea norte-americana Skywest em uma operação de R$ 670 milhões e que envolve quatro seguradoras privadas, disse à Reuters o diretor do banco de fomento Bruno Aranha, nesta segunda-feira (10).

O financiamento se dará por meio do BNDES Exim Pós-embarque, com desembolsos realizados em reais no Brasil em favor da Embraer. A SkyWest assumirá o compromisso de pagamento em dólares ao BNDES.

O empréstimo envolve aeronaves E-175, uma dos mais demandadas por empresas aéreas, especialmente regionais. Duas aeronaves já foram entregas à companhia aérea norte-americana e as outras quatro serão despachadas até novembro. Segundo a Embraer, o prazo de financiamento é de 12 anos e o empréstimo do banco equivale a 80% do valor dos aviões.

O BNDES já financiou 1.270 exportações de aviões da Embraer nos últimos 25 anos, em um total de US$ 25 bilhões. Para a Skywest, o banco começou financiamentos em 1998, acumulando até agora 200 aeronaves.

Em vez do BNDES usar o apoio do Fundo Garantidor de Exportação (FGE) para viabilizar o negócio, quatro seguradoras privadas internacionais dão suporte.

“O seguro privado é mais flexível e em caso de default a seguradora já presta serviço da dívida. Isso tira da mesa a complexidade de buscar o seguro público”, disse o diretor à Reuters.

Segundo o banco, as seguradoras envolvidas na operação são: AXA XL, AXIS Capital, SOMPO International e Fidelis Insurance.

Bruno Aranha destacou que esta é a segunda operação do BNDES com essa modelagem – a primeira foi feita em dezembro de 2020 – e o objetivo é expandir esse modelo em outros financiamentos.

“Achamos que essa é uma tendência daqui da frente, mas depende do que exporta e para onde está exportando. Para esse mercado aeronáutico e norte-americano podemos utilizar…Queremos ter uma alternativa de financiamento que permita mais exportações sem depender do seguro público”, disse Aranha.

Ele afirmou que o setor de bens de capital também pode ser contemplado por esse modelo de negócio.

No passado, o banco chegou a financiar empresas aéreas nacionais na compras de aviões da Embraer, mas atualmente não tem nenhum operação desse tipo. Alguns empréstimos feitos à Azul ainda estão sendo pagos. De acordo com o executivo, o setor de aviação nacional prefere trabalhar com o modelo de lessores, no qual empresas de leasing disponibilizam os aviões às companhias aéreas.

KC 390

Recentemente, a Força Aérea Brasileira (FAB) demonstrou dificuldades em dar suporte financeiro ao projeto do avião cargueiro da Embraer KC 390. Em maio, mediante acordo, ficou ajustada a aquisição de 22 aeronaves do modelo pela FAB, que seguiu manifestando interesse em reduzir a encomenda para 15 unidades.

O contrato foi assinado entre FAB e Embraer em 2014 para aquisição de 28 cargueiros, a serem entregues até 2034, ao valor de 7,2 bilhões de reais. A FAB chegou a anunciar em novembro do ano passado que reduziria a encomenda de forma unilateral.

O diretor do BNDES afirmou que o banco tem fôlego para suportar o financiamento do cargueiro e compensar as eventuais dificuldades financeiras do projeto.

“Nós podemos ser um instrumento para suportar o KC para outros países assim como fazemos com jatos; suportar o setor de defesa em negociações”, declarou Aranha.

A Embraer tem cinco unidades do KC 390 encomendadas pelo governo de Portugal e duas pela Hungria. A empresa mantém tratativas contratuais com o governo holandês que devem ser concluídas até primeiro trimestre de 2023, informou a empresa.

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