O JPMorgan Chase & Co divulgou nesta sexta-feira (14) uma queda de 17% no lucro no 3º trimestre ante um ano antes, recuo menor do que o esperado pelo mercado, à medida que um salto na margem financeira amorteceu o efeito de maiores provisões para perdas com empréstimos e baixa atividade em trading devido à piora das perspectivas econômicas.
No trimestre, o lucro do JPMorgan (JPMC34) caiu para US$ 9,74 bilhões, ou US$ 3,12 por ação. A receita aumentou 10%, para US$ 32,72 bilhões, ajudada por um aumento de 22% na receita com negociação de renda fixa.
O lucro ajustado do banco foi de US$ 3,36 por ação, bem acima da estimativa média dos analistas de US$ 2,88, segundo dados da Refinitiv.
As ações do maior banco dos Estados Unidos subiam 2% em negociações pré-mercado após os resultados.
Tradicionalmente, o aumento das taxas de juros é positivo para os resultados de bancos, já que eles podem cobrar mais dos consumidores, mas o risco de uma desaceleração econômica e o aumento do custo dos empréstimos podem tornar as perspectivas econômicas mais nebulosas e prejudicar lucros futuros.
O presidente-executivo do JPMorgan, Jamie Dimon, disse em comunicado que os consumidores norte-americanos continuam gastando e as empresas permanecem saudáveis.
No entanto, ele vê “ventos contrários significativos imediatamente à nossa frente”, uma vez que a inflação teimosamente alta leva a taxas de juros globais mais elevadas, tendo citado também a guerra na Ucrânia e o estado frágil da oferta e dos preços do petróleo.
“Apesar de esperarmos o melhor, sempre permanecemos vigilantes e preparados para resultados ruins.”
A analista do Credit Suisse Susan Roth Katzke disse que o JPMorgan apresentou “um conjunto sólido de resultados, de cima a baixo”.
A margem financeira líquida, excluindo mercados, aumentou 51%, para US$ 16,9 bilhões no trimestre, impulsionada por juros mais altos. Para o quarto trimestre, o banco espera que a métrica suba para cerca de US$ 19 bilhões.
O JPMorgan provisionou US$ 808 milhões em reservas, pois os aumentos das taxas de juros pelo banco central norte-americano alimentaram temores de uma desaceleração econômica. Em comparação, no mesmo trimestre do ano passado, o banco havia liberado US$ 2,1 bilhões em reservas.
A receita de banco de investimento, um dos maiores negócios do JPMorgan, caiu 43%, para US$ 1,7 bilhão, à medida que a mistura de inflação alta e temores de recessão iminente forçaram compradores e vendedores a interromper transações.
A escassez de atividade de negócios levou a uma queda nas taxas com assessoria de fusões e aquisições e de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), contrastando com um cenário recorde no ano passado.
Veja também
- Mastercard e JP Morgan se unem para facilitar pagamento internacional entre empresas usando blockchain
- CEO do JPMorgan vai continuar no banco e não têm planos de participar do governo Trump
- JP Morgan prioriza expansão na África
- O que Femsa, Globo e Marcelo Claure viram para colocar R$ 300 mi na startup que vende para restaurantes
- Reguladores dos EUA reconsideram aumento de capital para grandes bancos