O anúncio ocorreu cerca de um mês após uma disparada das ações da Natura na bolsa, em meio a rumores envolvendo uma reestruturação de unidades do conglomerado de cosméticos. Na época, a companhia havia negado algum estudo para cisão da Aesop ou venda da The Body Shop.
O movimento acontece meses após Fábio Barbosa, ex-presidente do Santander Brasil e do Grupo Abril, ser anunciado como novo presidente-executivo da companhia. Desde então, a Natura&Co vem falando em reorganizar suas operações para dar mais autonomia às unidades de negócio, deixar sua estrutura mais leve e potencialmente sair de mercados menos rentáveis.
Além da marca de produtos para pele e cabelo australiana Aesop, a Natura também detém a marca inglesa de cosméticos e perfumes The Body Shop e a Avon.
2 – Orçamento secreto pode ser blindado
Líderes do Centrão querem usar o Plano Plurianual (PPA), proposta que define os programas prioritários do governo federal durante quatro anos, para validar o Orçamento secreto e blindar essas emendas contra cortes durante o próximo mandato presidencial. A articulação faz parte da estratégia para evitar que as emendas sejam derrubadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
No desenho feito por líderes da Câmara e do Senado, o PPA seria usado para carimbar programas de interesse dos deputados e dos senadores. Essas ações, por sua vez, seriam irrigadas com dinheiro do orçamento secreto. Com a manobra, parte dos programas prioritários só seria executada com as emendas secretas, amarrando o projeto às verbas de maior interesse do Congresso.
O orçamento secreto consiste no pagamento sem transparência de emendas carimbadas pelo relator-geral do Orçamento para redutos eleitorais de deputados e senadores. O governo libera esses recursos em troca de apoio político no Legislativo.
Para 2023, estão reservados R$ 19,4 bilhões para o orçamento secreto, que aumenta o domínio do Legislativo sobre os investimentos federais e a manutenção dos órgãos públicos. O Congresso age para manter o controle independentemente do resultado das eleições.
O PPA é enviado pelo presidente da República sempre no primeiro ano de mandato e define os programas que deverão ter prioridade nos quatro anos seguintes, como saneamento básico e moradia. O Congresso tem duas opções para mexer no PPA: alterar o projeto em vigor (2020-2023), que depende de proposta inicial do presidente ao Congresso, ou alterar o próximo plano, que vai valer para os anos de 2024 a 2027.
3 – Credit Suisse avalia venda de negócio de gestão nos EUA
O Credit Suisse avalia a venda de suas operações de gestão de recursos nos EUA e está perto de assegurar financiamento para outros negócios, em uma ampla reorganização do banco.
O credor suíço recentemente iniciou um processo de venda das operações americanas da Credit Suisse Asset Management, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. Nenhuma decisão final foi tomada e o Credit Suisse pode optar por manter a unidade, disseram as pessoas, que pediram anonimato ao discutirem deliberações internas.
Enquanto isso, Abu Dhabi e Arábia Saudita avaliam se devem colocar dinheiro na unidade de banco de investimento do Credit Suisse e em outros negócios para aproveitar valores deprimidos, disseram outras pessoas. As deliberações estão em estágio inicial e não está claro se levarão a ofertas firmes.
O Credit Suisse corre para obter financiamento para uma reestruturação que provavelmente incluirá grandes cortes de empregos e uma reformulação significativa dos negócios. A unidade de banco de investimento está no centro dos planos e pode até ser dividida.
Embora o Credit Suisse tenha feito preparativos para recorrer aos acionistas se necessário, prefere levantar capital por meio de venda de ativos e atrair investidores externos.
“Dissemos que atualizaremos o progresso de nossa revisão abrangente de estratégia quando anunciarmos nossos resultados do terceiro trimestre”, disse o Credit Suisse em comunicado. “Seria prematuro comentar sobre quaisquer possíveis desdobramentos antes disso.”
A venda das operações de gestão nos EUA pode atrair empresas de private equity ou outros gestores, disseram pessoas familiarizadas com o processo. O banco disse que as Américas respondem por 146 bilhões de francos suíços (US$ 147 bilhões) de seus ativos sob gestão.
A unidade nos EUA é um dos dois grandes negócios que o banco pretende vender. O Credit Suisse também está em busca de investidores ou venda de nomes como Mizuho e Apollo, segundo reportagem da Bloomberg.
O banco também procura trazer um investidor externo para injetar dinheiro em eventuais spinoffs. A separação da unidade de M&A e subscrição quebraria a problemática divisão de banco de investimento em três partes.
Abu Dhabi e Arábia Saudita avaliam investimentos por meio de fundos soberanos, como o Mubadala e o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Um acordo também pode vir por meio de outros veículos nos quais cada país possui participações significativas, disseram as pessoas. Mas os potenciais investidores estão cautelosos com o risco de perdas futuras ou questões legais, disseram.
Representantes de Abu Dhabi e o do fundo saudita não estavam imediatamente disponíveis para comentar. O Mubadala não quis comentar.
*Com Bloomberg, Reuters e Estadão Conteúdo