As ações de estatais como Petrobras e Banco do Brasil desabaram entre 9% e 10% nesta segunda-feira (24), registrando os piores desempenhos do principal indicador da B3, o Ibovespa. Os papéis foram afetados pela turbulência política, pois o mercado reagiu ao evento de violência que aconteceu neste domingo (23) envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson.
A petroquímica Braskem também teve perdas depois de informar que as suas vendas estabilizaram no Brasil, mas caíram nos EUA e na Europa durante o terceiro trimestre.
Os papéis da resseguradora IRB, que não faz parte do Ibovespa, também caíram em meio à divulgação do balanço trimestral.
A produtora de celulose Suzano registrou uma das maiores valorizações do Ibovespa, após reportagem do Valor Econômico informar que a empresa é a favorita na disputa para adquirir a americana Kimberly-Clark.
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Confira os destaques registrados no dia:
Estatais
As estatais foram fortemente impactadas nesta segunda-feira em meio a turbulências políticas antes do segundo turno das eleições. Um episódio no fim de semana desestabilizou a euforia de que Bolsonaro reverteria no domingo a derrota que sofreu de Lula no primeiro turno.
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), apoiador de Bolsonaro, disparou tiros de fuzil e lançou granadas contra policiais federais que cumpriam mandado de prisão determinado pela Justiça contra ele.
Bolsonaro procurou, já no domingo, distanciar-se do ex-deputado, mas o estrago estava feito. Ao mesmo tempo que sua campanha agora precisa dividir o foco com ações para conter danos, a oposição tem um novo assunto a ser explorado.
“O cheiro que as pessoas tinham que Bolsonaro iria ganhar meio que sumiu”, disse Carlos Belchior, estrategista-chefe da G5, acrescentando que o “pau a pau (na disputa presidencial) ficou mais do que certo”.
Veja o desempenho das estatais listadas na bolsa de valores brasileira:
O Banco do Brasil foi a maior queda do Ibovespa no dia, com o noticiário político também abrindo espaço para ajustes após o papel subir 14% na última semana.
A Petrobras fechou com a segunda maior queda do indicador, depois de terminar a semana anterior com alta superior a 13%. Além disso, a baixa vem em meio à queda de 0,65% dos preços dos contratos futuros do petróleo Brent, com vencimento em janeiro.
Ativo | Variação % | Valor de fechamento |
PETR4 | -9,20 | 34,25 |
PETR3 | -9,89 | 37,45 |
BBAS3 | -10,03 | 40,20 |
BBSE3 | -1,61 | 28,69 |
SBSP3 | -0,48 | 58,46 |
CMIG3 | -0,39 | 17,79 |
CMIG4 | -0,87 | 11,42 |
CSMG3 | -1,59 | 15,44 |
CXSE3 | -1,79 | 8,80 |
CPLE6 | 4,51 | 7,19 |
ELET3 | -1,98 | 48,00 |
Braskem
A ação ordinária da Braskem (BRKM5) caiu 2,29%, para R$ 33,74, após a empresa informar que as vendas de resina no Brasil no terceiro trimestre ficaram quase estáveis em relação a um ano antes, enquanto as de polipropileno (PP) nos Estados Unidos e na Europa caíram, refletindo menor demanda. Além dos números, o Citi cortou a recomendação do papel de compra para neutro e preço-alvo de R$ 42 para R$ 39.
IRB Brasil
O IRB Brasil (IRBR3) caiu 8,49%, para R$ 0,97. A empresa anunciou na sexta-feira que teve prejuízo líquido de R$ 164,7 milhões em agosto, ante lucro de R$ 84,8 milhões um ano antes, quando foi favorecido pelo ganho de ação judicial referente ao PIS/Pasep.
A atribulada companhia, que nos últimos anos tenta superar os efeitos de um escândalo de fraude, neste ano teve que fazer uma oferta de ações para levantar cerca de 1,2 bilhão de reais para atender requerimentos mínimos de capital devido a novos prejuízos, desta vez ligados a sinistros com a quebra de safra.
Suzano
A Suzano (SUZB3) subiu 3,48%, para R$ 51,42. Reportagem do jornal Valor Econômico apontou que a empresa seria a favorita na disputa para adquirir ativos da americana Kimberly-Clark na América Latina. Além disso, segundo informações da Reuters, o JPMorgan elevou recomendação das ações para “compra” e estabeleceu preço-alvo de R$ 67 para o final de 2023.
*Com informações de agências.
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