Um dos países mais ricos do mundo está prestes a oferecer desde as melhores – e mais caras – acomodações de luxo, transporte, além dos estádios mais tecnológicos e impactantes para acomodar até 1,5 milhão de visitantes no maior torneio de futebol do planeta. Veja neste infográfico especial do InvestNews quanto vem custando a Copa do Mundo de 2022 – já considerada a mais cara da história.
Custos da Copa do Mundo na história
Os custos com Copas do Mundo de futebol vêm aumentando desde 1994, quando Estados Unidos sediaram a competição. Dos US$ 500 milhões investidos em infraestrutura à época em território americano, os custos subiram para a casa de bilhões de dólares desde o torneio de 1998.
A Copa do Mundo de 2002 – a primeira em que dois países sediaram o evento, neste caso, Japão e Coréia do Sul –, custou US$ 7 bilhões e esse valor mais que dobrou em 2014, quando o Brasil sediou o torneio.
A falta de infraestrutura no país da América Latina justificou o valor mais caro da história das Copas – até então. Agora, Catar lidera o posto com uma cifra 14,6 vezes maior que a investida pelo Brasil e com estádios e obras já entregues.
Foram vários os números divulgados pelas autoridades do Catar – desde o custo com estádios e desenvolvimento em infraestrutura, como hotéis, estradas, espaços públicos e transporte. O valor estimado é de cerca de US$ 220 bilhões, segundo o embaixador do país na Rússia informou à agência russa Tass.
Os custos associados aos novos estádios do Qatar foram relatados na faixa de US$ 6,5 bilhões a US$ 10 bilhões – um aumento significativo em relação aos US$ 4 bilhões propostos na oferta inicial.
Mas isso ainda deixa cerca de US$ 210 bilhões a serem contabilizados. Grande parte dos custos de infraestrutura atribuídos à Copa do Mundo fazem parte do plano mais amplo do Catar para 2030: construir um centro de inovação com hotéis, transporte subterrâneo sofisticado, estádios e aeroportos.
Oito estádios vão receber os jogos da Copa em 2022. E, diferentemente de outros torneios, a localização entre uma partida e outra não será tão distante: 75 quilômetros será a maior distância entre as sedes da Copa no Catar. Doha, Al Wakrah, Al Khor e Al Rayyan são as cidades onde os estádios estão localizados. Veja nesse mapa interativo quanto custou cada estádio (dar zoom para melhor visualização):
O geométrico Education City Stadium, no subúrbio de Doha de Al Rayyan, foi projetado para refletir as facetas de um diamante lapidado e fica no meio de várias universidades, onde é destinado a servir ao corpo discente após ser remodelado no final do torneio.
Pelo menos 55% dos materiais usados na construção são provenientes de fontes sustentáveis e 28% de materiais reciclados. Depois da Copa, o estádio será destinado a se tornar também um centro de futebol feminino.
O Stadium 974 que fica à beira mar foi feito parcialmente com contêineres usados e reformados, refletindo sustentabilidade e a história marítima do Catar. O nome 974 se refere ao código de discagem internacional do Qatar e o número de contêineres usados nele.
Ele também tem assentos removíveis e outros elementos modulares que vão permitir que seja desmontado no final da Copa e reaproveitado.
O estádio Internacional Khalifa já existia e antes de ser reformado era uma arena menor de atletismo e futebol. Ele foi sede de uma série de grandes eventos e partidas com a seleção nacional.
Já o Estádio Al Thumama foi projetado pelo arquiteto catariano Ibrahim Jaidah para se parecer com um chapéu árabe tradicional, o gahfiya, usado por homens e meninos em todo o Oriente Médio. Também recebeu o nome de uma árvore nativa.
A infraestrutura para que um país receba uma Copa do Mundo vai muito além dos estádios. Na cidade de Lusail, que fica ao norte do centro de Doha, foram feitos complexos hoteleiros, campos de golfe, parque temático e marinas para que milionários possam desfrutar de passeios de barco e lancha entre uma partida ou outra das seleções.
Já a chamada ‘Pérola de Doha’ inclui ilhas privativas, vilas e hotéis de luxo. O custo de infraestrutura neste local foi de pelo menos US$ 15 bilhões.
Aos turistas menos endinheirados, o centro da capital do Catar, além do distrito comercial, serão uma opção entre uma partida e outra.
Copa fora de época
Além do preço considerado exorbitante, outro diferencial desta Copa é que será a primeira vez que um país do Oriente Médio sedia o evento, sendo este o motivo dos jogos acontecerem em outro período que não julho, verão no local. As altas temperaturas, que facilmente chegam a 40 graus no período, somadas ao clima de deserto, seriam um impeditivo para que jogadores entrassem em campo, apesar de os estádios serem munidos de sistemas potentes (e caros) de ar condicionado.
‘Quem’ é o Catar?
As buscas na internet pelo termo “Copa no Catar 2022” aumentaram em 414% nos últimos 3 meses, segundo o Google Trends. Já a palavra “Catar” teve aumento de 49% de buscas no período. E isso mostra como o pequeno país, localizado na costa do Golfo Pérsico, aguçou o interesse das pessoas por sediar o maior torneio de futebol do mundo.
País independente do Reino Unido há meio século, o Catar é hoje um estado soberano regido por uma monarquia liderada pela dinastia Ah Thani – família que está há quase 150 anos no poder. O país faz fronteira ao sul com a Arábia Saudita e ao norte, leste e oeste com o Golfo Pérsico. Seus 11.437 km² equivalem a metade do menor estado brasileiro: Sergipe (21.915 km²).
Já sua capital, Doha, termo árabe que significa ‘redondeza’ em referência às baias arredondadas que cercam o seu litoral, tem um território de 2.574 km², o que equivale a 44% das dimensões do Distrito Federal.
A população do Catar é de maioria árabe, a religião principal é o islamismo, a língua oficial é o árabe e a moeda é o rial catarense. Na cotação de 30 de setembro de 2022, R$ 1 brasileiro equivalia a 0,67 do rial do Catar (QAR). Ou, 1,00 rial do Catar (QAR) equivalia a R$ 1,48.