Alguns dos focos de vírus mais persistentes da China estão isolados há semanas ou até meses, e mostram as limitações da controversa política covid zero.
Xinjiang registrou o quarto maior número de novos casos do país na segunda-feira, de acordo com dados compilado pela Bloomberg, apesar de algumas cidades da região no noroeste da China estarem fechadas há 90 dias. Na Mongólia Interior, que foi isolada no início de outubro, os casos saltaram para quase 1.800, de 1.033 no dia anterior, enquanto as infecções da província de Henan mais que dobraram em um dia para 747.
A província de Guangdong tem o maior surto no momento e é o principal impulsionador do aumento para 7.323 novas infecções na China, a maior contagem desde 30 de abril. A maioria dos casos está na metrópole de Guangzhou, no sul, que registrou 2.377 infecções e adotou uma abordagem mais pontual à contenção do vírus até agora.
Enquanto locais de entretenimento e restaurantes estão fechados na maior parte da cidade, apenas um distrito, Haizhu, foi fechado. É onde a maioria dos casos foi encontrada, e a ordem de ficar em casa foi estendida na noite de segunda-feira.
As restrições continuam a ser impostas em vários níveis em outras cidades chinesas. Em Xangai, condomínios de apartamentos e bairros onde são encontrados casos e contatos próximos são isolados individualmente desde que o confinamento geral em toda a cidade foi encerrado no início do ano.
Os surtos crescentes mostram como as restrições severas e testes em massa constantes não conseguem deter o vírus. No fim de semana, autoridades de saúde reafirmaram o compromisso inabalável com a política, mesmo quando ela atinge a economia, o que frustrou as esperanças de flexibilização.
A abordagem intransigente da China quase três anos após o início da pandemia leva a tensões crescentes.
Na província de Shandong, um confronto entre moradores e uma equipe de prevenção do vírus — conhecida como Dabai, ou “grandes brancos”, por causa do macacão que vestem — levou a sete prisões na segunda-feira, disse a polícia da cidade de Linyi no Weibo.
Um vídeo, supostamente do embate, mostra grupos de Dabai cercando um homem na rua, arrastando-o pelas roupas antes de socá-lo e chutá-lo, junto com o que parecem ser policiais. Os espectadores gritam. A Bloomberg não conseguiu verificar a autenticidade do video, postado no Weibo e no Twitter.
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