A Opep e seus aliados devem cogitar maiores cortes de oferta quando se reunirem neste fim de semana em meio à fraqueza do mercado global de petróleo.
A Arábia Saudita e seus parceiros surpreenderam o mercado — e foram repreendidos pelo presidente Joe Biden — quando anunciaram um corte de 2 milhões de barris por dia no mês passado. Mesmo assim, os preços caíram desde então, e são negociados abaixo de US$ 80 o barril em Nova York, com a deterioração da situação na China.
Delegados do grupo, que até esta semana previam que fariam uma pausa para avaliar o impacto dos cortes, agora dizem que reduções adicionais podem ser uma opção. As discussões dentro da aliança ainda não começaram formalmente, antes da reunião de 4 de dezembro.
Riad já enviou ao mercado um sinal claro antes da reunião. Na semana passada, o ministro saudita de energia, o Príncipe Abdulaziz bin Salman, disse que a Opep+ estava “pronta para intervir” com mais reduções de produção se fosse necessário “equilibrar a oferta e a demanda”.
“A Opep provavelmente escolherá entre manutenção ou novos cortes”, disse Amrita Sen, analista-chefe de petróleo e cofundadora da consultora Energy Aspects. Eles “estão sempre vigilantes sobre o equilíbrio entre oferta e demanda”.
Dez dos 16 operadores e analistas consultados pela Bloomberg esta semana anteciparam um novo corte, com estimativas variando de 250.000 a 2 milhões de barris por dia. A FGE prevê que o corte pode estar no topo do intervalo.
Enquanto a Opep e seus parceiros parecem estar focados nos riscos negativos para o mercado, existem forças positivas. O West Texas Intermediate se recuperou até 3,1%, para US$ 79,65 o barril na terça-feira, com os sinais de prontidão do grupo para agir.
A aliança continua sob pressão de nações consumidoras para ajudar a combater a inflação e manter as torneiras abertas. Cortes adicionais correriam o risco de prejudicar ainda mais as relações entre o governo Biden e a Arábia Saudita.
Os mercados globais estão apertados de acordo com alguns indicadores, com os estoques nos países desenvolvidos no nível mais baixo desde 2004.
No dia seguinte à reunião da Opep+, a União Europeia deve impor uma proibição às importações marítimas de petróleo da Rússia, enquanto um limite de preço sobre o petróleo do país também está em discussão por diplomatas da UE
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