O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na manhã desta sexta-feira (09) os ministros que vão compor o seu governo a partir de 2023. A lista inclui nomes para ao menos cinco ministérios, sendo: Fazenda, Casa Civil, Justiça e Segurança Pública, Defesa e Relações Exteriores.
A nomeação de Haddad já era esperada e foi precificada de antemão pelo mercado, que ainda considera incerto o futuro da economia do país com o petista na pasta. O novo ministro da Fazenda tem um perfil político, e o pragmatismo do mercado prefere nomes mais técnicos.
Lula disse que o ministro do Planejamento do seu governo (ainda não anunciado) precisará ser alguém “afinado” com o ministério da Fazenda.
Veja abaixo quem vai compor os ministérios:
Fazenda
O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) foi nomeado para assumir o Ministério da Fazenda.
A pasta será criada a partir do desmembramento do atual Ministério da Economia – que também dará origem às pastas de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e de Planejamento, Orçamento e Gestão.
Haddad já era cotado ao cargo por ser um dos homens de confiança de Lula. Em 2018, ele assumiu a candidatura do partido à Presidência da República uma vez que Lula ficou impedido de concorrer. Nas eleições deste ano, disputou o segundo turno para o governo de São Paulo, mas foi derrotado por Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Antes do anúncio, Haddad falou rapidamente com jornalistas que estavam na porta do hotel onde Lula está hospedado em Brasília. Ele disse que vai começar a montar a sua equipe, mas que não fará o anúncio dos integrantes nesta sexta-feira (09).
“Vou”, respondeu Haddad, chamado de “ministro” pelos repórteres que o aguardavam na porta do hotel, quando perguntado se já iniciaria a formação de sua equipe.
Casa Civil
Rui Costa (PT), governador da Bahia.
Este é o segundo mandato de Costa no estado baiano; ele pode ficar à frente de um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que Lula disse na campanha eleitoral que pretende reeditar.
Justiça e Segurança Pública
Flávio Dino (PSB), senador eleito.
Ele foi governador do Maranhão por dois mandatos, juiz federal, deputado federal e presidente da Embratur.
Defesa
José Múcio Monteiro, ex-ministro do TCU.
Ele foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, no segundo mandato de Lula.
Relações Exteriores
Mauro Vieira, embaixador e ex-ministro.
Ele é embaixador do Brasil na Croácia e comandou o Itamaraty no governo Dilma.
Transição de governo
No anúncio, o vice Geraldo Alckmin disse que a transição do governo foi transparente, com forte viés técnico, a mais participativa e a mais econômica quando comparado a transições anteriores. Já Lula disse que impressionou a quantidade de voluntários e voluntárias na transição e que não foi utilizado completamente o dinheiro previsto.
Já sobre a falta de participação de mulheres e afrodescendentes no anúncio de hoje, o presidente eleito disse que fará outros anúncios para a composição dos ministérios após a sua diplomação (no dia 12). Ele se comprometeu a ter uma equipe ministerial que seja a cara da população brasileira.
“Espero que os nomeados trabalhem como nunca, porque a tarefa incumbida é a maior que todas as que eles cumpriram. Haddad sabe da responsabilidade dele, assim como Múcio, Viera, Costa e Dino”.
Lula
Por que antecipar o anúncio?
Questionado sobre o motivo de ter feito o anúncio uma hora antes do jogo do Brasil na Copa do Mundo – já que estava previsto ser feito apenas no dia 12 – Lula disse a jornalistas que a razão foi apontar os nomes para que estes respondam à imprensa o que será feito nos respectivos ministérios.
Sobre o critério na escolha dos ministros, Lula disse que escolheu segundo a confiança depositada em cada um.
Veja também
- Fazenda espera superar meta para recuperação de tributos em 2024
- Ministério da Fazenda eleva projeção do PIB para 3,2% em 2023
- Governo avalia taxar ao menos 20% para compra de até US$ 50 em site estrangeiro
- The Economist vê investidores cada vez mais otimistas com o Brasil
- Galípolo é exonerado do Ministério da Fazenda