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Economia

3 fatos para hoje: Bolsonaro discursa nos EUA; atividade industrial na China

E mais: pior momento para a indústria da zona do euro deve ter acabado, aponta PMI.

A quarta-feira (1) é marcada pela reunião do Copom que vai definir o futuro da política monetária no país. Agentes do mercado esperam que a Selic seja mantida no atual patamar de 13,75% ao ano.

Também terá a posse dos presidentes da Câmara e Senado no novo Congresso, em Brasília. Veja mais destaques:

1 – Nos EUA, Bolsonaro defende eleição de Marinho no Senado

O ex-presidente Jair Bolsonaro defendeu a apoiadores ao discursar em evento em Orlando, nos Estados Unidos, na noite de terça-feira, a eleição de Rogério Marinho para o comando do Senado na disputa que será realizada nesta quarta, ao mesmo tempo que lamentou os ataques aos Três Poderes por apoiadores radicais seus em 8 de janeiro, embora tenha afirmado haver injustiça nas punições.

“Amanhã é um dia importantíssimo para todos os brasileiros, a eleição da mesa do Senado federal que representa para nós, de acordo com a chapa vencedora, a volta à normalidade, uma certa pacificação”, disse ele no discurso, acrescentando que, “se Deus quiser” Marinho, que foi ministro de seu governo, será eleito.

Marinho, que tomará posse nesta quarta como senador pelo PL, partido de Bolsonaro, do Rio Grande do Norte, tem como principal adversário o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) também lançou candidatura, mas sua vitória é altamente improvável.

Em sua fala, Bolsonaro também comentou os ataques às sedes dos Três Poderes por vândalos bolsonaristas radicais em 8 de janeiro. Ao mesmo tempo que criticou os agressores, disse que eles estão sendo alvo de injustiça.

“Lamento o que alguns inconsequentes fizeram no dia 8 de janeiro, aquilo não é a nossa direita, não é o nosso povo”, disse.

“Tem muita gente sendo injustiçada lá, aquilo não é terrorismo pela nossa legislação. Evidente que tem que ser individualizada a ação dessas pessoas, invasão, depredação”, ressalvou.

O ex-presidente, derrotado em sua tentativa de reeleição pelo atual mandatário Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a colocar em dúvida a lisura do resultado eleitoral, novamente sem apresentar qualquer evidência, repetindo o comportamento que adotou ao longo de quatro anos em que lançou mão de alegações falsas para questionar sem provas o sistema eletrônico de votação, pelo qual se elegeu em 2018.

“Nunca fui tão popular (como no) ano passado, muito superior a 2018, e no final das contas a gente fica com uma interrogação na cabeça”, afirmou.

Bolsonaro, que deixou o Brasil em direção aos EUA dias antes do fim de seu mandato para não passar a faixa presidencial a Lula e nesta semana entrou com pedido de visto para permanecer em solo norte-americano, disse que pretende “ficar mais tempo” nos Estados Unidos e garantiu aos apoiadores que seguirá ativo na política.

“Não podemos abandonar a política, pessoal. A política faz parte das nossas vidas, eu estou com 67 anos e pretendo continuar ativo na política brasileira”, afirmou.

Bolsonaro foi recentemente apontado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como figura importante no xadrez para a eleição presidencial de 2026, seja como candidato ou como cabo eleitoral de um nome apoiado por ele.

2 – Pior momento para a indústria da zona do euro deve ter acabado, aponta PMI

A retração da atividade industrial na zona do euro perdeu força novamente no mês passado, sugerindo que o pior pode ter acabado, de acordo com uma pesquisa que mostrou que as pressões sobre os preços diminuíram e que a queda na demanda se moderou, levando a um aumento do otimismo.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da S&P Global para a indústria subiu para uma máxima de cinco meses de 48,8 em janeiro, em relação aos 47,8 de dezembro, em linha com uma leitura preliminar mas ainda abaixo da marca de 50 que separa o crescimento da contração.

Um índice que mede a produção registrou 48,9, seu maior patamar desde junho e uma melhora em relação aos 47,8 de dezembro. No entanto, foi a oitava leitura seguida abaixo de 50.

“Embora os fabricantes da área do euro tenham continuado a relatar queda de produção e deterioração da carteira de pedidos em janeiro … o quadro é consideravelmente melhor do que as mínimas observadas em outubro passado”, disse Chris Williamson, economista-chefe de negócios da S&P Global.

“Não apenas a taxa de declínio da produção tem se moderado agora por três meses consecutivos, mas o otimismo empresarial em relação ao ano à frente também aumentou nos últimos três meses”

Um índice que mede novas encomendas se aproximou da marca de equilíbrio e as fábricas aumentaram o número de funcionários em um ritmo mais rápido. Isto se refletiu no índice de produção futura, que saltou para 58,2 em janeiro de 53,8, maior nível em 11 meses.

3- Atividade industrial da China contrai em janeiro a um ritmo mais lento

A atividade industrial da China encolheu mais lentamente em janeiro do que no mês anterior, graças ao fim da política de Covid zero do país, embora as infecções entre os trabalhadores ainda dificultassem a produção, mostrou uma pesquisa do setor privado nesta quarta-feira.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/S&P Global para a indústria da China atingiu 49,2 em janeiro, contra 49,0 em dezembro, mas abaixo da expectativa em uma pesquisa da Reuters de 49,5.

Como a leitura permaneceu abaixo de 50, ele marca uma sexta contração mensal seguida.

Os dados contrastaram com um resultado mais forte do que o esperado da pesquisa oficial, que na terça-feira mostrou que a atividade manufatureira voltou a crescer. A pesquisa oficial se concentra em grande parte nas empresas grandes e estatais, enquanto a pesquisa dd Caixin se concentra nas pequenas empresas e regiões costeiras, o que inclui muitos exportadores.

“Dadas as diferenças na composição das empresas pesquisadas, o aumento mais modesto do índice Caixin sugere que as empresas menores e os exportadores estão enfrentando os maiores obstáculos em meio à demanda externa fraca”, escreveu Julian Evans-Pritchard, economista da Capital Economics, em uma nota.

Economistas disseram que o pior da recessão econômica que se seguiu ao abandono da política de Covid zero no início de dezembro parece ter passado, porque a onda de infecções associadas ao coronavírus foi inesperadamente rápida.

A pesquisa do Caixin mostrou que a onda de infecções e as condições moderadas do mercado continuaram a pesar na demanda dos clientes e nas operações de fábrica em janeiro, com subíndices tanto de novos pedidos quanto de produção indicando contração, embora a passos mais lentos do que em dezembro.

As empresas disseram que as demissões ou ausências de funcionários devido às infecções por Covid contribuíram para um aumento no acúmulo de trabalho.

Enquanto algumas empresas disseram que o recuo das medidas de contenção do vírus ajudou a aliviar a tensão nas cadeias de fornecimento, a escassez de trabalhadores em alguns lugares ainda estava dificultando a logística.

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