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Finanças

Morning Call: big techs preocupam mercado e Lula critica BC independente de novo

O cenário mais desafiardor por juros mais altos tem afetado as receitas de empresas de setores de tecnologia e investidores aguardam mais dados sobre a situação econômica dos EUA com payroll de hoje. E no Brasil, o presidente Lula volta a critiar o Banco Central idependente e a Selic atual.

Após a decisão do Fed em subir os juros nos EUA na quarta-feira (1), os mercados passaram por um desempenho misto na quinta-feira (2) com a alta de 3,25% no índice Nasdaq e 1,47% no S&P 500 enquanto o Dow Jones teve queda de 0,11%. Entre os destaques de ontem, os resultados corporativos do 4T22 surpreenderam o mercado.

A Alphabet, holding controladora do Google, reportou números abaixo do esperado por investidores enquanto a Amazon também reduziu seus números, forçando a queda nos papéis de ambas as empresas.

Mercados hoje

  • Ásia: os índices asiáticos fecharam o dia com desempenho misto com altas de 0,40% no Nikkei, 0,05% no Taiex e 0,47% no Kospi enquanto Hang Seng recuou 1,36% e Shanghai teve queda de 0,68% com o receio de empresas asiáticas de tecnologia serem impactadas de forma similar às norte-americanas.
  • Europa: os índices europeus operam majoritariamente em queda após a elevação dos juros no zona do Euro na semana e também aguardando os dados do payroll dos EUA. Nem mesmo os dados do índice de Gerentes de Compra da zona do Euro e Reino Unido referentes a janeiro com resultados subindo acima das expectativas conseguem reverter o ânimos dos investidores que pressionam as quedas de 0,63% no DAX, 0,26% no CAC, 0,61% no IBEX e 0,44% no Euro Stoxx enquanto o FTSE se mantém como exceção com ganhos de 0,24%.
  • EUA: os investidores acompanham hoje a divulgação do payroll, relatório de variação de empregos de setores não-agrícolas, de janeiro. O mercado projeta uma criação de 220 mil de dezembro para 180 mil no primeiro mês de 2023, enquanto as expectativas para a taxa de desemprego em janeiro indicam um leve aumento de 3,5% para 3,6% de acordo com projeções dos investidores. E temendo os efeitos de juros mais altos levando à diminuição dos resultados corporativos e desaceleração econômica, os pré-mercados se estressam com quedas de 0,25% do Dow Jones, 1,38% do índice Nasdaq e 0,76% do S&P 500.
  • Commodities: com a perspectiva de desaceleração econômica, as commodities caem nesta sexta-feira (3) com destaque para as recentes quedas do minério de ferro que alcançou a maior queda em 2 semanas por receios quanto à demanda da economia chinesa.

Lula volta a criticar Banco Central

E após encerrar o pregão de quinta-feira (2) com uma queda de 0,32% aos R$ 5,044, o dólar, que inclusive chegou a ser negociado abaixo dos R$ 5 durante o pregão, pode voltar a ser pressionado hoje pela piora dos ânimos dos investidores globais aliada das novas críticas do presidente Lula à independência do Banco Central e o atual patamar de juros.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na quinta-feira (2) que pode buscar rever a autonomia do Banco Central quando terminar o mandato do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, e criticou o empresário Jorge Paulo Lemann pela crise envolvendo a Americanas após a revelação de um rombo contábil na varejista.

Questionado se poderia haver mudança em relação à autonomia, o presidente da República confirmou dizendo: “Eu acho que pode, mas… quero dizer que isso é irrelevante para mim. Isso é irrelevante, isso não está na minha pauta. O que está na pauta é a questão da taxa de juro”.

Quem também criticou a taxa de juros foi a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT) afirmando que “não há economia que resista uma taxa de juros de 13,5%” e disse que o país não pode ficar esperando que o BC caia na real. Apesar das críticas, a atuação do Banco Central na elevação dos juros brasileiros, que está em 13,75% e não em 13,5% como mencionado por Gleisi, para conter a inflação têm dado resultados já que a inflação em 12 meses registrada em dezembro de 2021 era de 10,06% enquanto em dezembro de 2022 foi de 5,79%.

Inclusive um dos maiores fatores de risco listados no recente comunicado do Banco Central em relação à sua decisão de manter os juros em 13,75% foi a questão fiscal do país que segue incerta e fazendo com que investidores aumentam seus prêmios de risco e elevem as projeções de inflação futura, elevando o custo da dívida pública e pressionando ainda as contas da União.

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