Americanas nega venda do hortifruti Natural da Terra

A Americanas (AMER3) informou aos seus acionistas que não está negociando o hortifruti Natural da Terra e que são “infundados rumores e especulações veiculados em canais de mídia”. A varejista encontra-se em processo de recuperação judicial.

Em fato relevante, a varejista disse que “estuda continuamente formas de garantir que a recuperação judicial permita ganho de valor para a Americanas e seus stakeholders e mantenha o alto nível de experiência de seus consumidores e parceiros e reitera que manterá seu esforço na busca por uma solução com os seus credores, para manter seu compromisso como geradora de milhares de empregos diretos e indiretos, amplo impacto social, fonte produtora e de estímulo à atividade econômica.”

Quem é a Natural da Terra?

A Natural da Terra foi adquirida pela Americanas em novembro de 2021. Em 30 de setembro de 2022, a compra foi aprovada, em assembleia geral extraordinária de acionistas.

De acordo com a varejista, o hortifruti é a maior rede especializada em frutas, legumes e verduras do país. A rede conta com 79 lojas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

No terceiro trimestre de 2022, a receita bruta total da Natural da Terra cresceu 7%, com a evolução da base ativa de clientes e com a melhora no atendimento e na oferta de produtos de padaria e rotisserie, categorias que cresceram acima da média.

A margem bruta também evoluiu e registrou alta de +0,3 p.p. no ano, impulsionada especialmente pela ampliação do portfólio de marca própria, que cresceu +35% na comparação anual.

Preservação de documentos

Nesta segunda-feira (6), a Americanas comunicou ao mercado que várias medidas foram implementadas para garantir a integridade da preservação de informações e documentos da companhia, como a contratação do IBPTECH, instituto de perícias forenses liderado pelo professor Dr. Giuliano Giova e da ICTS Security, empresa de consultoria especializada em
segurança da informação.

Também foi anunciada a contratação da empresa Alvarez & Marsal como Project Management Office (PMO) para fins da recuperação judicial; e da consultoria da Deloitte Touche Tohmatsu para assessoria contábil.

Mudanças diretoria

A empresa afastou Timotheo Barros, diretor de lojas físicas, logística e tecnologia; Anna Saicali, que comandava a Ame Digital; e Marcio Cruz, diretor de digital, consumo e marketing.

Os três faziam parte do mais alto escalão da companhia, que engloba ainda o atual presidente-executivo, João Guerra, que assumiu após a revelação das inconsistências contábeis, e a diretora financeira e de relações com investidores, Camille Loyo Faria, contratada depois da crise vir à tona.

Além disso, os executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes também foram afastados.

A empresa não citou no fato relevante os nomes de potenciais substitutos, e disse apenas que detectou “lideranças internas e externas que darão continuidade aos negócios e às operações”. Entre essas lideranças está Loyo Faria, que tomou posse em 1º de fevereiro, segundo a varejista.

A Americanas afirmou que os seis quadros foram afastados “de todas as suas funções e atividades na companhia e suas controladas, durante o curso das apurações… sem que o afastamento represente qualquer antecipação de juízo”.