A ação da Petrobras fechou em alta nesta segunda-feira (6), assim como outros papéis do setor, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior após o forte terremoto que atingiu a Turquia.
A ação preferencial, PETR4, subiu 3,99%, a R$ 25,78, enquanto a ordinária, PETR3, subiu 3,63%, a R$ 28,85. Os papéis ajudaram a reverter a queda do Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores, que havia passado a maior parte do pregão em queda.
Ainda no setor, a ação de PRIO (PRIO3) subiu 2,53%, a R$ 41,20, e 3R Petroleum (RRRP3) avançou 2,73%, a R$ 43,65.
O petróleo do tipo Brent teve dia de alta, chegando a passar de US$ 81 o barril nesta segunda, “devido à suspensão das operações do oleoduto da Turquia, por conta do terremoto”, segundo André Fernandes, Head de Renda Variável e sócio A7 Capital.
O terremoto interrompeu o funcionamento das operações no terminal da cidade turca de Ceyhan, principal plataforma de exportações do petróleo turco.
Os futuros do Brent para entrega em abril subiram US$ 1,05, ou 1,3%, para US$ 80,99 dólares o barril. O petróleo nos EUA (WTI) subiu US$ 0,72, ou 1%, para US$ 74,11 por barril.
O terremoto
Um forte terremoto matou mais de 3,7 mil pessoas em uma área que abrange parte do território da Turquia e do noroeste da Síria nesta segunda. Há ainda milhares de feridos e desabrigados.
O tremor de magnitude 7,8, que ocorreu antes do nascer do sol, foi o pior a atingir a Turquia neste século. O terremoto foi seguido no início da tarde por outro grande tremor de magnitude 7,7.
Os abalos derrubaram prédios residenciais inteiros em cidades turcas e causaram devastação também para milhões de sírios deslocados por 11 anos de guerra civil no país.
O número de mortos é o maior para um terremoto na Turquia desde 1999, quando um tremor de magnitude semelhante devastou a densamente povoada região do Mar de Mármara, perto de Istambul, matando mais de 17 mil pessoas.
Outros fatores pesando sobre o petróleo
Além do terremoto, os preços do petróleo também repercutiram perspectivas de retorno na demanda da China após o relaxamento das restrições de Covid-19.
A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) espera que metade do crescimento da demanda global de petróleo neste ano venha da China, disse o chefe da agência no domingo, acrescentando que a demanda por combustível de aviação está aumentando.
Segurando os ganhos, no entanto, a explosão do número de empregos nos EUA na sexta-feira (3) aumentou as expectativas de mais aumentos de juros pelo Federal Reserve (Fed), o que poderia conter o crescimento econômico e diminuir demanda por combustível.
O dólar também subiu para uma máxima de três semanas em relação ao euro nesta segunda-feira. Um dólar mais forte normalmente reduz a demanda por petróleo denominado em dólar por parte dos compradores que pagam com outras moedas.
(* com informações da Reuters)
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