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Negócios

Wall Street continua a contratar na área de ESG mesmo com cortes

Analistas do Barclays apontam que o histórico de contratações ESG tende a se tornar um bom indicador do compromisso com sustentabilidade e do desempenho das ações da companhia.

A onda de demissões que varreu o setor financeiro global não afetou a demanda por especialistas em ESG, segundo um estudo do Barclays.

As contratações na área de estratégias ambientais, sociais e de governança continuaram a crescer em 2022, disseram analistas do banco britânico, que usaram o processamento de linguagem natural para vasculhar mais de 200 milhões de ofertas de emprego. 

Eles descobriram que gestoras de recursos e bancos “continuam buscando habilidades e talentos ESG, desafiando uma desaceleração mais ampla nas contratações e superando todos os outros setores.”

O resultado do estudo contrasta com o ambiente de demissões em Wall Street. Alguns dos maiores bancos do mundo recorreram a cortes profundos em segmentos mais tradicionais de seus negócios para reduzir custos. 

O Goldman Sachs embarcou em uma de suas maiores rodadas de demissões no mês passado, cortando cerca de 3.200 posições. O Morgan Stanley demitiu 1.600 funcionários em dezembro, enquanto outros, como o Bank of America, planejam cortes em menor escala.

Muitos dos cortes anunciados levarão o número de funcionários das instituições financeiras aos níveis anteriores à pandemia. O setor tenta se ajustar a uma desaceleração na atividade de fusões e aquisições e de captações nos mercados de capitais, fontes importantes de receita de comissões dos bancos de investimento.

Os analistas do Barclays disseram que o histórico de contratações ESG de uma empresa tende a se tornar um bom indicador, não apenas de seu compromisso com a sustentabilidade, mas também do desempenho de suas ações daqui para frente. 

Eles destacaram a BlackRock como uma empresa com alto nível de interesse em adicionar empregos ESG. No Goldman, eles acharam o nível de interesse moderado.

“Empresas com interesse de contratação em ESG acima da média tiveram maior probabilidade de melhoras de classificação e melhor desempenho das ações dois a três anos após a data dos anúncios de empregos”, disseram.

O estudo do Barclays também indicou que os ventos contrários enfrentados por empresas que adotam práticas ESG nos EUA, onde estados republicanos emitiram várias proibições contra essa forma de investimento, não prejudicaram o compromisso do setor financeiro com elas.

“Mesmo com as manchetes questionando se o ESG está perdendo força, parece que tanto gestores quanto bancos de investimentos continuam convencidos de sua relevância estratégica e demanda futura”, disseram os analistas do Barclays.

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