O Instituto Ipsos, terceira maior empresa do mundo em pesquisa e inteligência de mercado, divulgou a lista das 10 marcas mais influentes do Brasil, durante evento nesta quarta-feira (19), em São Paulo. Duas empresas do setor de cuidado e beleza chamam atenção por destoarem das bigtechs, que puxam o ranking.
As varejistas de cosméticos Boticário e Natura (NTCO3) ranqueiam em sétima e décima posição, consecutivamente. Além dessas marcas, o Nubank (NUBR33), na nona posição, completa o trio de companhias brasileiras que se juntam às demais da lista – todas estrangeiras.
O Nubank é o único banco que aparece no ranking, que está em sua décima edição. Segundo Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil, nenhum outro banco apareceu no ranking em toda a década.
“Nunca tivemos bancos tradicionais entre os TOP 10 e vejo que o Nubank preenche uma necessidade de inclusão financeira da população de maneira estupenda”, disse ao InvestNews.
Em painel de discussão, Juliana Roschel, Head de Marketing e Crescimento no Nubank, disse que o sucesso do banco vem da genuinidade em ter como foco solucionar as dores dos clientes.
“O crescimento do Nu na pandemia foi vertiginoso. Fizemos um grande impacto na vida das pessoas. 13% disseram ter tido seu primeiro acesso a produtos financeiros; também desenvolvermos conta para o pequeno e médio empresário e foi um absurdo a adesão. Estar no ranking é consolidar a relação com os consumidores”.
Essa não é a primeira vez que o banco digital consta entre as 10 marcas mais influentes do levantamento do Ipsos.
Neste ano, a Mastercard (MSCD34), empresa dos Estados Unidos, empatou com o Nubank na nona posição. Para Calliari, a inovação que a empresa de meios de pagamento vem fazendo segue com extrema relevância dentro de um setor que segue em transformação.
O Google (GOGL34) ranqueia em primeiro lugar pela décima vez consecutiva. Já o WhatsApp foi listado na segunda colocação, sendo a primeira vez que aparece entre os dez primeiros colocados.
Veja abaixo lista completa com as 10 empresas mais influentes do Brasil:
Por que Natura e Boticário entre as big techs?
O domínio das empresas digitais como as marcas mais influentes se deve especialmente à pandemia, segundo o CEO da Ipsos. A mudança cultural e de hábitos de consumo fez crescer a forma de como as pessoas enxergam essas empresas. No entanto, a mesma pandemia fez aumentar a necessidade de cuidados com a saúde e bem estar, e por isso que Natura e Boticário estão entre big techs.
“O Brasil segue sendo o país com o maior risco de doenças mentais entre quase todos os países do mundo, e isso se dá também por conta dos efeitos da pandemia. E a consequência disso é a necessidade das pessoas se sentirem bem e de recuperar a auto estima. Entender o contexto pelos quais as pessoas estão passando explica o motivo das duas empresas de cuidado e beleza ranquearem entre os top 10”, diz Calliari.
Segundo o instituto, o cenário complexo impactou como as pessoas avaliam as marcas.
Para a diretora de marca da Natura, Maria Paula Fonseca, isso prova que a companhia está inserida não apenas em uma indústria de produtos, mas também de serviços e inovação.
Em sua fala no painel que contava também com as representantes do Google, Meta e Nubank, a diretora da Natura disse que a companhia vem migrando da venda direta offline aos 53 anos de atuação, e essa digitalização da marca pode ser vista pela forma como as consultoras concretizam as vendas antes feitas por catálogos.
“As consultoras fazem hoje tudo pelo WhatsApp, customizam suas operações, anunciam os produtos, criam grupos, e vemos como isso tem ajudado as pessoas a se reinventarem em um curto espaço de tempo. Na maioria das vezes, como sempre foi, estas são as mulheres que formam a maior parte da renda de sua família”
diretora de marca da Natura, Maria Paula Fonseca
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Ainda segundo Fonseca, a Natura não faz nenhum tipo de controle sobre a forma como as consultoras divulgam os produtos. “Elas fazem como elas querem; e nós agradecemos por isso”.
Ao Investnews, Fonseca disse que a Natura fez algumas facilitações para as consultoras não abandonarem as vendas dada a virada de chave do “porta a porta” para o digital, em especial após a pandemia. Consultoria de negócios, postergação de boletos (dos pedidos das clientes) e entrega do produto direto na casa do consumidor foram algumas das iniciativas.
A executiva também afirmou que a companhia acabou de criar uma escola de negócios voltada a ensinar sobre gestão financeira e de vendas para as consultoras. A medida visa munir as profissionais com ferramentas e informações.
Metodologia
Inovação, confiança, presença, responsabilidade socioambiental, engajamento e empatia das empresas foram levados em consideração para avaliar a influência das empresas no estudo.
Cada empresa do levantamento pontuou de forma distinta nestes tópicos. As empresas de tecnologia despontaram no quesito inovação, com Instagram recebendo a maior pontuação neste indicador: 57%. Google, Whats App, YouTube, Amazon e Netflix pontuaram entre 43% a 31%.
Já quanto responsabilidade ambiental, a Natura liderou pontuando 42% neste item. O Nubank zerou neste quesito, assim como o YouTube.
O estudo se baseou em 2 mil entrevistas, realizadas de forma online, entre 6 e 16 de dezembro de 2022. Foram abordados cidadãos brasileiros a partir de 18 anos de idade. Cada participante avaliou dez marcas, em um total de 100, nos quesitos mencionados.
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