Para os investidores que buscam apenas pelo maior dividend yield pago por fundos imobiliários, não é recomendado ver esse indicador de forma isolada, segundo analistas.
Segundo Marx Gonçalves, sócio e analista de FIIs da Nord Research, a leitura que o investidor tem que ter é o retorno total do investimento: o quanto recebeu em proventos mensais mais a variação do capital investido através do preço da cota. A soma dos dois elementos é o que mais importa efetivamente.
“Não faz sentido investir em FIIs apenas com o dividend yield mais alto no último ano, já que o investidor assume que esse patamar de distribuição é recorrente e vai se perpetuar, o que dificilmente é verdade”.
Marx Gonçalves, sócio e analista de FIIs da Nord Research
Gonçalves orienta que, ao optar por um FII olhando apenas para os dividendos, mas sem entender o que levou a determinado resultado, como um ganho de capital não recorrente, acaba sendo arriscado para o resultado final. Isso pode levar a mais desvalorização do capital investido do que propriamente de rendimentos recebidos.
“O investidor pode ter um maior foco em rendimentos, mas precisa ver se esse resultado é sustentável e se o preço pago pelo fundo é adequado e dá margem de segurança dados os riscos de investimento. Essa equação precisa ser levada em conta: olhar o retorno total – os rendimentos recebidos e a oscilação do preço do que foi investido”.
Neste Cafeína, Samy Dana e Dony De Nuccio mostram os fundos imobiliários da carteira do IFIX com o maior dividend yield nos últimos 12 meses, segundo o Clube FII. Entre os 10 maiores pagadores de rendimentos, nove pertencem ao segmento de recebíveis imobiliários – que segue impactado pela crise de inadimplência de alguns CRIs.
Os FIIs que investem em recebíveis foram os que mais acumularam perdas no valor das cotas no 1º trimestre de 2023, segundo levantamento do Clube FII.
Logo, como avaliar risco e retorno neste cenário?
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