O governador do Pará, Helder Barbalho, disse na manhã desta segunda-feira (15) que o estado, que tem 70% de floresta nativa, está aberto para oportunidades de economia verde como captura de carbono. No entanto, ele defende a realização de pesquisas para exploração de petróleo.
A oportunidade para exploração petróleo na bacia foz do Amazonas fica no limite dos estados do Pará e Amapá.
“Eu defendo que o Ibama permita que a Petrobras possa pesquisar e a partir daí estabeleça os critérios ambientalmente corretos com a tecnologia e metodologia que possa ser feito exploração com o menor impacto possível, e consequentemente permitir que essa oportunidade possa surgir.”
Helder Barbalho
A declaração foi dada durante o Seminário Brasil Hoje, da esfera Brasil, na cidade de São Paulo.
De acordo com o governador do Pará, a França explora petróleo nessa mesma bacia há dez anos e o Brasil deve se permitir pesquisar a oportunidade para que uma empresa como a Petrobras (PETR3 e PETR4) também faça a exploração. “Entre pesquisa e ideologia, eu fico com a pesquisa.”
Ele disse que é necessário um processo de mediação entre Petrobras e órgãos ambientais para a realização pesquisa. E a partir do resultado da pesquisa, a decisão de uma possível exploração é do estado.
“Apesar que, em tese, possa ser contraditório dizer que o Brasil possa avançar na exploração de combustíveis fósseis no momento em que se discute energias renováveis, o Brasil vai abrir mão disso pelas próximas décadas? Talvez é uma discussão que a gente possa fazer daqui a 50 anos, mas neste momento dizer que o Brasil tem de condição de abrir mão de uma oportunidade de exploração sustentável de combustível fóssil, eu entendo que é uma discussão que deve ser aprofundada”
Helder Barbalho
O governador disse que está tratando do assunto diretamente com o presidente Lula. Ele argumenta que é necessário diversificar as matrizes energéticas.
Concessão de terras
Barbalho disse que o estado vai conceder 4 milhões de hectares de floresta pública de áreas que foram ocupadas por grileiros e que não possuem vegetação original.
“Nós estamos com uma carteira de concessão digital seja de concessões ambientais, seja concessão de florestas. Estaremos fazendo a primeira experiência de concessões de restauro. É necessário que seja uma visão seja de preservação de ativo ambiental, mas é importante também que a legislação possa permitir que essas concessões monetizem a partir da captura do carbono ao conhecimento da biodiversidade daquela região.”
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