As operadoras de plano de saúde custearam mais de R$ 30 bilhões em exames e internações por covid-19 durante a pandemia. É o que apontam dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) com base em informações coletadas entre março de 2020 e fevereiro de 2023 junto a cinco operadoras associadas da entidade, que representam cerca de 20% dos beneficiários de planos médico-hospitalares do setor.
Segundo a Federação, foram mais de 585 mil internações em virtude da covid-19, sendo cerca de 30% em UTI. Além disso, no período os clientes fizeram 1,1 milhão de exames sorológicos custeados pelos planos, além de e 6,9 milhões de exames RT-PCR. Também foram registrados cerca de 9,2 milhões de atendimentos de telessaúde.
Com isso, o total custeado pelas operadoras de planos de saúde foi a R$ 30,4 bilhões.
Segundo a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente, “atualmente, são mais de 50 milhões de beneficiários com cuidados da saúde suplementar.”
“Como mostram os números, o setor foi crucial para enfrentamento da covid-19 no país, ao possibilitar atendimento e tratamento adequado para milhões de pessoas, aliviando parte da pressão exercida sobre o Sistema Único de Saúde (SUS)”
a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente
No dia 5 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que covid-19 não representa mais uma emergência de saúde global, um grande passo para o fim da pandemia que causou a morte de mais 6,9 milhões de pessoas no mundo, além de impactar com força a economia global.
Lucro das empresas de saúde
Dados das empresas do setor de saúde com ações negociadas na bolsa brasileira, a B3, mostram que os últimos anos foram de piora dos resultados. Em 2020, 7 empresas (Alliar, Dasa, Fleury, Hapvida, Odontoprev, Qualicorp e Rede D’Or) tiveram no primeiro trimestre um lucro somado de R$ 379 milhões. No mesmo período de 2023, as mesmas empresas somaram um prejuízo de mais de R$ 7 milhões.
Os dados foram compilados pelo TradeMap a pedido do InvestNews e mostram que o pior momento para as companhias foi no fechamento de 2022, quando o quarto trimestre representou para as empresas uma soma negativa de mais de R$ 392 milhões em seus resultados.
Os números consideram somente as empresas que tinham capital aberto durante todo o período analisado (ou seja, deixando de fora Kora Saude, Mater Dei e Oncoclínicas).
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