A Gradiente (IGBR3) encerrou seu processo de recuperação judicial, com certificação da Justiça do Amazonas, de acordo com reportagem publicada nesta quinta-feira (18) no jornal “Valor Econômico”. O processo teve início em 2018.
No início do mês de maio, a empresa fez uma oferta pública para retirar suas ações da bolsa de valores, para a conclusão da recuperação judicial. A Gradiente fechará o capital da empresa no segundo semestre.
“Consideramos que esse foi um processo exaustivo, mas no fim muito bem-sucedido, porque saímos dele sem nenhuma dívida e com algum caixa”, diz Eugênio Staub, presidente do conselho de administração da Gradiente, ao Valor.
A companhia iniciou o processo com uma dívida de R$ 976,5 milhões a 312 credores. No fim do processo, pagou R$ 138,8 milhões.
Staub disse que a empresa avalia investir em energia solar e drones para a agricultura.
De acordo com a reportagem, a companhia levantou R$ 114,2 milhões com a venda de parte dos seu antigo parque fabril e outros R$ 120 milhões na venda de uma carteira de créditos tributários de IPI.
Relembre o caso
A marca de eletroeletrônicos nacional teve seu auge entre a década de 80 e 90 com a fabricação de aparelhos de televisão e som. Na época, o mercado brasileiro era fechado para importações desses produtos, o que garantia a hegemonia da marca.
A empresas começou a perder o reinado após a compra da Philco, em 2015, e dobrar as apostas na fabricação de televisores apesar da concorrência externa. O pedido de recuperação judicial da empresa ocorreu em 2018, três anos após o investimento. No entanto, o processo só saiu do papel depois de dez anos.
Hoje em dia, a empresa trabalha com duas linhas de negócios distintas: a administração de galpões logísticos e licencia sua marca para uma importadora e fabricante de eletroportáteis e caixas de som, e recebe royalties sobre as vendas.
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