O PIB não sai do noticiário de Economia. Mas o que ele significa? Pense em todos os produtos que você adquire para sua casa, um serviço prestado por um médico ou a soja colhida nas fazendas do Centro-Oeste. Todo esse fluxo combinado forma o Produto Interno Bruto de um país.
No “economês”, o indicador está relacionado à produção de novos bens e serviços num determinado período. No Brasil, o PIB é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a cada trimestre e seu resultado é usado para comparar o desempenho econômico do Brasil em relação a outras nações.
Quanto maior é o crescimento do PIB, mais aquecida está a economia de um país. Quando o indicador apresenta queda é um alerta para recessão – no Brasil, dois trimestres consecutivos de queda do PIB indicam recessão. É por isso que o indicador é tido como o termômetro que mede a saúde econômica de um país.
Como o PIB é calculado?
Para chegar ao valor em cada trimestre, o IBGE usa dados de pesquisas sobre o desempenho de setores como serviços, indústria e agronegócio (veja mais abaixo).
Outro exemplo hipotético ajuda a entender o PIB: um país x produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de trigo e R$ 300 de pão. O PIB deste país será de R$ 300, pois os valores da farinha e do trigo já estão embutidos no valor do pão. Ou seja, o PIB mede apenas bens e serviços finais para evitar a dupla contagem.
O IBGE explica que os bens e serviços finais que compõem o PIB também são medidos no preço em que chegam ao consumidor. Também são considerados, nesta conta, os impostos que incidem sobre os produtos comercializados.
Vale lembrar que o PIB não representa a riqueza de um país, mas a evolução de sua atividade produtiva por um determinado período. Seguindo esta lógica, não é suficiente comparar o PIB de dois países para saber qual deles é o mais rico porque o indicador em si não mede fatores importantes, como distribuição de renda, qualidade de vida, educação e saúde, que ajudam a entender as reais condições econômicas de uma população.
Um país, portanto, pode ter um PIB pequeno e ostentar um elevado padrão de vida, como registrar um PIB alto e apresentar um padrão de vida relativamente baixo.
O que entra na conta do PIB?
O PIB brasileiro é calculado sob dois pontos de vista diferentes: a demanda (despesa) e a oferta. Quando se olha para cada um deles, o resultado final, em valores, deve ser o mesmo. Pela despesa, é possível conhecer a soma de todos os gastos que levam à expansão da economia. Pela ótica da oferta, temos um panorama geral sobre tudo o que é produzido dentro de um país.
Do lado da demanda, entram os itens:
- Consumo das famílias (maior peso): soma todas as despesas da população no mercado interno (supermercado, transporte, aluguel, crédito etc)
- Investimentos das empresas: mede o quanto as empresas estão investindo em máquinas e bens para produzir outros bens, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF).
- Gastos do governo: tudo o que o governo gasta em bens e serviços, incluindo o salário de funcionários públicos, programas sociais e a Previdência Social.
- Balança comercial: calcula o volume de bens e serviços que o país exportou, menos o que importou.
Do lado da oferta, entram os itens:
- Serviços (maior peso): inclui atividades como comércio, transportes e educação.
- Indústria: soma toda a produção de bens manufaturados no Brasil.
- Agropecuária: mede as atividades de cultivo agrícola e criação de animais.
Qual é a diferença entre PIB nominal e PIB real?
O PIB nominal é aquele que considera apenas o resultado em valores correntes sobre tudo o que foi produzido e consumido em um determinado período. O PIB real resulta desse valor, menos os efeitos da inflação ao longo do tempo.
O que é PIB per capita?
O PIB per capita é o resultado do PIB dividido pelo número de habitantes do país. Ele serve para mostrar quanto cada habitante produziu ou consumiu. Países com um PIB per capita maior indicam que a sua população tem uma qualidade de vida mais elevada.
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