As ações da Gafisa (GFSA3) operavam em leve queda nesta quarta-feira (30), após notícia de penhora das marcas da construtora devido a uma dívida de R$ 1,4 milhão relacionada a gastos com reparos em um empreendimento de luxo na capital paulista. No entanto, os papeis viraram para alta no final da tarde, encerrando o pregão cotados a R$ 5,20, um crescimento de 0,97%.
A empreiteira entregou um conjunto de prédios residenciais na região da avenida Faria Lima contendo problemas construtivos, desde diferenças na tonalidade do piso, fiação exposta, umidade nas paredes, parafusos oxidados, além de falta de ventilação em áreas comuns. Desde 2014 que o condomínio aguarda um desfecho do processo movido por conta dos prejuízos. A condenação foi realizada apenas em 2021, dados os impasses nas negociações extrajudiciais.
Apesar de a construtora ter colocado três imóveis à disposição da Justiça, todos foram recusados por já estarem alienados em outras ações.
Ao InvestNews, a Gafisa confirmou que há uma demanda cível em curso, mas que discorda dos valores exigidos na ação e que os bens em garantia do juízo foram rejeitados injustificadamente. A companhia afirmou ainda que a decisão judicial é desproporcional e que entrará com recurso.
Segundo a decisão proferida pela juíza do caso que tramita na da 40.ª Vara Cível de São Paulo, apesar de reconhecer que a penhora seja uma medida excepcional, não foi vista outra alternativa para a solução do caso.
“É curioso o fato de uma companhia da dimensão da Gafisa, com empreendimentos espalhados em todo território nacional, não possuir patrimônio passíveis de constrição, a não ser, a própria marca Gafisa, o que reforça a excepcionalidade da decisão judicial.”
Caso a companhia não deposite o valor requerido da dívida, as marcas da empreiteira podem ir a leilão, segundo o processo.
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