O presidente da CVC (CVCB3), Fabio Godinho, e o CFO, Carlos Wollenweber, estão nos Estados Unidos nesta semana em busca de investidores estrangeiros para a empresa, num momento em que a operadora de turismo tenta elevar as vendas e retornar aos resultados positivos. A companhia ainda adiantou que planeja a abertura de novas lojas no Brasil até o fim de 2024.
Segundo a empresa, os dois executivos participam do Latam CEO Conference, evento realizado pelo BTG Pactual, além de participarem, ainda, de um roadshow Bank of America (BofA).
Questionada pelo InvestNews sobre o plano os encontros nos Estados Unidos, a companhia disse que “participar desse evento e ter contato com esse público é um movimento estratégico da CVC Corp para se apresentar para investidores internacionais, visto que, hoje, grande parte da base de acionistas da companhia é de investidores locais”.
Planos de novas lojas
Ainda na nota enviada à reportagem, a empresa informou que o plano para os próximos meses inclui a abertura de novas lojas franqueadas no país.
“A expectativa é grande para que a empresa continue com as estratégias de crescimento, que já estão em campo, com perspectivas de médio prazo que incluem plano de abertura de novas lojas franqueadas pelo Brasil até o final de 2024, geração de emprego para mais de 1 mil brasileiros para atuarem nas lojas franqueadas e maior recorrência e fidelização dos clientes, por meio de produtos rentáveis que atendam ao sonho de viagem da população brasileira.”
Recentemente, a CVC anunciou que vai elevar em 15% a oferta para a temporada de cruzeiros marítimos 2023/2024, com 680 mil leitos, e ainda facilitar o pagamento com prazos mais longos de parcelamento. Essas medidas, ao lado de outras, fazem parte de uma sequência de iniciativas da empresa para alavancar as receitas, em linha com a estratégia da nova gestão.
Em maio, a empresa passou por uma mudança de comando, anunciando Fabio Martinelli Godinho como novo CEO. Ele substitui Leonel Andrade, que deixou a companhia em meio à crise financeira, após três anos no cargo.
Desconfiança do mercado
As tentativas de virar o jogo da CVC acontecem na sequência de 10 trimestres de prejuízo. No último balanço, do 2º trimestre de 2023, a empresa teve resultado negativo de R$ 166 milhões, uma piora em relação aos R$ 127 dos meses anteriores.
Somente em 2023, as ações da empresa acumulam queda de mais de 45%. Em 12 meses, o recuo é superior a 65%.
Danielle Lopes, analista da Nord Research, comentou em relatório recente que “a companhia tem passado por altos e baixos desde muito antes da pandemia”, e enumera:
- o derramamento de óleo no Nordeste (60% do destino turístico na época) prejudicou as vendas da companhia;
- uma das maiores parceiras comerciais de CVC, a Avianca Brasil, encerrou operações no país;
- por fim, a pandemia reduziu drasticamente as vendas de pacotes de viagens com o custo da companhia elevado em função das agências físicas.
“Desde então, a CVC tem focado em ajustar sua estrutura de capital diante dos resultados ruins, com sucessivas emissões desde 2020”, comenta a analista, acrescenta: “mantemos nossa recomendação de ficar de fora das ações de CVC diante de um mercado bastante instável e histórico da companhia, que se mostrou mais lenta no processo de digitalização mesmo com um mercado mais propício”.
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