A Exxon Mobil (EXXO34) está em negociações para adquirir a Pioneer Natural Resources em um negócio que pode avaliar o produto da bacia de xisto em cerca de US$ 60 bilhões, disseram pessoas familiarizadas com o assunto na quinta-feira (5).
A aquisição será a maior da Exxon desde a transação de US$ 81 bilhões com a Mobil em 1998. O negócio também expandirá a presença do grupo em uma das regiões mais lucrativas do setor petrolífero dos EUA.
As ações da Pioneer subiram quase 12%, para US$ 240,47, nas negociações pré-mercado desta sexta-feira (6), enquanto a Exxon caiu 1,7%.
A Pioneer, que tinha um valor de mercado de US$ 50 bilhões na quinta-feira, é a terceira maior produtora de petróleo na bacia do Permiano, depois da Chevron e da ConocoPhillips. Essa bacia, que se estende por partes do Texas e do Novo México, é a mais cobiçada do setor petrolífero dos EUA devido ao seu custo relativamente baixo para extrair petróleo e gás.
Se as negociações forem concluídas com sucesso, um acordo entre Exxon e Pioneer poderá ser realizado nos próximos dias. Porta-vozes da Exxon e da Pioneer não quiseram comentar.
A Exxon, que tem um valor de mercado de US$ 436 bilhões, é a maior petroleira dos EUA, com uma média de 3,8 milhões de barris de petróleo equivalente por dia (boed) em suas operações globais.
No ano passado, a Exxon obteve lucro recorde de US$ 55,7 bilhões graças aos altos preços do petróleo e do gás e cerrou o ano com US$ 29,6 bilhões na caixa.
A aquisição da Pioneer trará à Exxon mais terras possíveis para extrair petróleo, nas quais a companhia pode confiar para aumentar a produção quando necessário, em vez de arriscar dinheiro no desenvolvimento de áreas não comprovadas.
“Faz todo o sentido”, disse Bill Smead, diretor de investimentos da Smead Capital Management, uma empresa de investimentos que administra US$ 5,2 bilhões em fundos. “Você reabastece suas reservas sem abrir buracos no solo.”
A Exxon produziu cerca de 620 mil boed na bacia no segundo trimestre, um recorde para a empresa. A produção da Pioneer na bacia teve uma média de 711 mil boed no mesmo período.
O possível acordo deverá atrair a atenção das autoridades depois que a Casa Branca acusou a Exxon, em fevereiro, de obter lucros enormes aos custos dos consumidores.
Outras grandes petrolíferas também estão sendo enviadas para fusões e aquisições porque foram arriscadas perfurando novas áreas. A Chevron, por exemplo, acertou em maio a compra da produtora de xisto PDC Energy Inc em uma transação de ações e dívidas no valor de US$ 7,6 bilhões.
A própria Pioneer se fortalece por meio de aquisições, incluindo as compras de rivais de xisto dos EUA DoublePoint Energy por US$ 6,4 bilhões em 2021 e Parsley Energy por US$ 7,6 bilhões em 2020.
Veja também
- Polimix compra pedreiras da Queiroz Galvão no Ceará e Rio de Janeiro
- Gerovital com Engov: EMS propõe fusão com a Hypera para criar maior farmacêutica do Brasil
- As opções da Azul: fusão com a Gol, emissão de ações ou recuperação judicial; ação cai mais de 20%
- Votorantim Cimentos vende operação na Tunísia para companhia chinesa
- Unilever, dona da Ben & Jerry’s, inicia discussões para venda da unidade de sorvetes avaliada em US$ 19,4 bi
