Governos de mercados emergentes podem reduzir a pobreza ao subsidiar o desenvolvimento de tecnologias tais como sementes high-tech e ao investir na melhoria das previsões meteorológicas, segundo economista vencedor do Prêmio Nobel.
Se os agricultores indianos tiverem uma ideia mais clara de quando as monções chegarão, eles poderão avaliar melhor o momento ideal para plantio e serão menos propensos a desperdiçar sementes e fertilizantes, disse Michael Kremer, que leciona na Universidade de Chicago, em entrevista.
“Estima-se que melhorias modestas na precisão desta previsão já gerariam muitos bilhões de dólares de produção extra todos os anos”, disse Kremer. “E o custo disso seria da ordem de poucos milhões de dólares. Portanto, isso é algo que seria um investimento com retorno bastante alto”.
Produtos verdes e sementes high-tech
As tecnologias que beneficiam agricultores incluem sementes high-tech, que são mais resistentes a condições climáticas extremas, disse Kremer.
No caso de produtos que reduzem emissões de efeito estufa mas não beneficiam diretamente os fazendeiros, os governos poderiam subsidiar essa compra, de acordo com Kremer.
“Onde os mercados deixam lacunas os governos deveriam intervir”.
Professor Michael Kremer, Nobel de Economia.
A disseminação de smartphones tem reduzido os custos para os governos fornecerem informações às zonas rurais remotas sobre fenômenos como surtos de pragas e como combatê-los, acrescentou o professor.
Kremer, de 59 anos, ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 2019 pelo seu trabalho no alívio da pobreza global.
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