Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) – As vendas de diesel por distribuidoras no Brasil cresceram 11,7% em janeiro, versus o mesmo mês de 2023, a 5,07 bilhões de litros, segundo dados da reguladora ANP, que mostram ainda que o volume alcançou o maior nível para o período desde o início de série histórica do órgão, em 2000.
O resultado provavelmente reflete um avanço expressivo das exportações de alguns produtos agrícolas, com destaque no açúcar e algodão, fator que garantiu um aumento da demanda por fretes ao longo do período, dentre outros fatores, disse à Reuters o analista de mercado da consultoria StoneX Bruno Cordeiro.
“Ademais, a perspectiva de um desempenho econômico positivo e boas safras agrícolas também deve favorecer um aumento do consumo do combustível ao longo dos próximos meses”, destacou o especialista.
A StoneX estima atualmente uma demanda anual de 66 bilhões de litros em 2024, alta de 0,9% frente ao observado no ano passado, destacou ele.
Já as vendas de gasolina somaram 3,66 bilhões de litros, queda de 2,6% ante o mesmo mês de 2023, mostraram os dados, como reflexo da competitividade do etanol hidratado frente ao combustível fóssil nas bombas, nos principais Estados consumidores de Ciclo Otto.
Dessa forma, as vendas de etanol hidratado saltaram 64,1% em janeiro, ante o mesmo mês do ano passado, a 1,73 bilhão de litros.
“Vale destacar que, em janeiro/23, a paridade de preços acabava beneficiando em grande medida a demanda pela gasolina C, fator que se inverteu a partir do segundo semestre do ano passado e se mantém até o momento”, disse Cordeiro.
Apesar da queda da gasolina no comparativo anual, o consumo de Ciclo Otto – considerando gasolina C e etanol hidratado – cresceu, totalizando 4,87 bilhões de litros, “muito em conta da expansão da demanda pelo biocombustível”, completou Cordeiro.
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