“A gente está bem animado com esse ano para crédito privado estruturado”, disse Alexandre Coutinho, gestor sênior de portfólio e chefe de crédito no Brasil do Pátria, em entrevista. Os fundos serão lançados “em breve”.
A estratégia do Pátria está focada no que ele chamou de créditos de “rendimento médio” – situado entre os de baixo e alto rendimento, que inclui companhias com notas de A a BB dadas pelas empresas de classificação de risco de crédito. Embora Coutinho não tenha divulgado nomes, empresas como a locadora de automóveis Movida, a gigante de cosméticos Natura e a produtora petroquímica Braskem são alguns exemplos de companhias com esses notas.
“A gente está concedendo crédito a uma empresa que em algum momento vai acessar o mercado de capitais,” disse ele. “Você ajuda a economia local quando você concede crédito com uma operação privada e ao mesmo tempo você consegue fazer uma diligência mais detalhada, você consegue estruturar de uma maneira mais sob medida para aquela empresa.”
Os gestores de ativos de terceiros latino-americanos têm feito um esforço para crescer no crédito privado, com o objetivo de conquistar uma fatia do mercado dominado pelos grandes bancos. Os negócios de gestoras alternativas na região atingiram um recorde de US$ 5,9 bilhões em 2022, e depois caíram para US$ 3,55 bilhões em 2023, de acordo com a LAVCA, a associação da América Latina para investimentos privados. Entretanto, a indústria global de crédito privado está em expansão – com taxas de juro elevadas nos EUA atraindo fundos de regiões como a América Latina.
O Pátria tem US$ 31,8 bilhões sob gestão, o que coloca a casa como número dois na América Latina em tamanho. A gestora possui cerca de US$ 12 bilhões em private equity e US$ 5,6 bilhões em crédito privado. Embora o foco da empresa esteja nos investidores institucionais, no ano passado lançou o fundo 365 destinado a investidores pessoas físicas qualificados, a primeira incursão no espaço.
“Esta iniciativa para pessoas físicas, estamos apenas começando”, disse Coutinho. (Giovanna Bellotti Azevedo e Cristiane Lucchesi)