A decisão do Copom na quarta (8) deu a entender que, a parir de 2025, teremos um Banco Central mais leniente. E o mercado deu sua opinião sobre o assunto na quinta (9): bolsa para baixo, dólar e juros futuros para o alto.
Ibov: -1,00%, a 128.188 pontos
Dólar: 1,01%, a R$ 5,14
Juros futuros: alta por toda a curva temporal – com mais força de 2027 para adiante (um reflexo no mundo real: se você pretende financiar um imóvel vai pagar mais, pois os juros futuros servem de guia para taxas de longo prazo).
Recapitulando o que teve de revelador ontem. O Comitê de Política Monetária, que determina a Selic, é formado por oito diretores do Banco Central mais o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. De 45 em 45 dias, esses nove reúnem, cada membro dá seu voto e vence a decisão da maioria.
O placar da reunião de 8 de maio você sabe. Segue aqui de novo em notação futebolística: Corte de 0,25 pp 5 X 4 Corte de 0,50 pp.
Votaram a favor do corte mais forte, apesar do risco fiscal turbinado e do ambiente nada amistoso no exterior para afrouxamentos:
- Ailton Aquino
- Gabriel Galípolo
- Paulo Picchetti
- Rodrigo Teixeira
O que eles têm em comum: todos foram indicados para o BC durante o governo Lula.
Os indicados no governo Bolsonaro votaram pela freada nas reduções, que vinham em doses de 0,50 pp desde agosto do ano passado. São eles:
- Carolina de Assis Barros
- Diogo Guilen
- Otávio Ribeiro Damaso
- Renato Gomes
- Roberto Campos Neto
Todos, fora Diogo Guilen e Renato Gomes, saem no dia 31 de dezembro de 2024.
E, pelo que a divisão entre os votantes deu a entender, a ala hawkish (favorável a uma política monetária mais restritiva) do BC será minoria absoluta no ano que vem. Não se trata de uma boa notícia para quem espera uma inflação sob controle para o longo prazo.
Boa sorte para todos nós.
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