Falando em conferência de imprensa após a cúpula do G7 na Itália, Lula respondeu a uma pergunta sobre a necessidade de menos gastos, dizendo que as despesas desnecessárias deveriam ser evitadas.
“O Haddad jamais ficará enfraquecido enquanto eu for presidente da República, porque ele é o meu ministro da Fazenda, escolhido por mim e mantido por mim”, afirmou.
“Se o Haddad tiver uma proposta, o que vai acontecer é que ele vai me procurar essa semana e vai discutir economia comigo. Eu quero antecipar, a gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres.”
Os comentários do presidente foram feitos depois que Haddad disse que estava focado em intensificar a agenda de cortes de gastos, citando áreas como supersalários no funcionalismo e correção de benefícios “praticados ao arrepio da lei”.
A rejeição pelo Senado de uma medida provisória sobre uso de créditos tributários pelas empresas fez com que os mercados despencassem em meio a preocupações crescentes de que Haddad estivesse perdendo influência no governo.
Críticas ao BC
Lula também afirmou que a questão do déficit fiscal brasileiro é tema recorrente dos jornais, mas “ninguém” fala da taxa de juros acima de 10% “num país com inflação de 4%”.
“Pelo contrário, fazem uma festa com o presidente do Banco Central em São Paulo. Novamente, os que foram na festa devem estar ganhando dinheiro com a taxa de juros.”
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, foi homenageado na segunda-feira, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e posteriormente participou de um jantar oferecido pelo governador Tarcísio de Freitas, que é visto como um potencial candidato da direita para as eleições de 2026.
Desde agosto, as taxas de juros brasileiras caíram 325 pontos base, para 10,50%, enquanto a inflação anual atingiu 3,93% em maio, em comparação com a meta oficial de 3%. A próxima reunião de definição de taxas acontecerá de 18 a 19 de junho.