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Negócios

Privatização da Sabesp pode render até R$16,5 bi ao Estado de São Paulo

O Estado, que hoje tem 50,3% da empresa de saneamento, vai vender ações e manter participação de 18%

Por Patricia Vilas Boas e Andre Romani

SÃO PAULO – O governo do Estado de São Paulo pode levantar até R$ 16,5 bilhões com a oferta pública de ações da Sabesp, considerando o valor de fechamento do papel nesta sexta-feira (21).

A companhia paulista de saneamento básico divulgou esta noite o prospecto preliminar para a operação que a tornará privada, com uma oferta base de 191,7 milhões de ações e um lote suplementar de 28,8 milhões de ações. O papel da empresa fechou em R$ 74,85 nesta sexta-feira.

Por enquanto, o valor de R$ 16,5 bilhões é apenas um indicativo de quanto o Estado poderia arrecadar com o negócio, já que o preço por ação será definido apenas em 18 de julho.

De acordo com a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natalia Resende, o investidor de referência escolhido para deter uma participação de 15% na Sabesp será divulgado em 16 de julho.

Os investidores apresentarão suas propostas ao longo da semana que vem, com a divulgação dos finalistas em 28 de junho, detalhou Resende a jornalistas nesta sexta-feira, durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

O “bookbuilding” ficou marcado para os dias 1º a 15 de julho, encerrando um dia antes da divulgação do investidor de referência escolhido.

O governo estadual detém atualmente 50,3% da Sabesp e espera manter uma participação minoritária de 18% na empresa, enquanto uma fatia de 17% será ofertada para o mercado em geral.

A operação, inteiramente secundária, será liquidada em 22 de julho.

Entre os investidores interessados na oferta de ações da Sabesp, estão a empresa de saneamento Aegea e a Equatorial Energia, informaram nesta sexta-feira três fontes à Reuters. O empresário Nelson Tanure também chegou a analisar a possibilidade, mas não deve entrar na disputa, de acordo com as fontes.

O governo de São Paulo aprovou na véspera os últimos detalhes envolvendo a oferta, como o preço mínimo e a cobertura mínima para a operação, que só serão divulgados após a liquidação.

Na ocasião, a gestão estadual também adicionou uma condição que dá direito ao “right to match”, que permite ao investidor com menor preço ponderado ao final do “bookbuilding”, se tiver maior valor do book, igualar sua proposta à do concorrente e vencer a disputa.

Segundo o governo, isso “permitirá maximizar ainda mais o retorno financeiro do Estado de SP e garantir a escolha do melhor investidor”.

Na semana que vem, a empresa inicia seu “roadshow” internacional para apresentar seu modelo de oferta de ações e projetos de desestatização, concessões e parcerias do Estado, começando pelos Estados Unidos, e, na sequência Europa e Brasil.

“Sempre no intuito de esclarecer, de tirar dúvidas, de mostrar todo o projeto que foi feito, explicar o modelo, na linha do que a gente já vem fazendo”, afirmou Resende.

O processo de privatização da Sabesp tem sido marcado por protestos contrários à decisão da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O Estado de São Paulo diz que a desestatização da companhia vai viabilizar a universalização do saneamento básico e reduzir tarifas.

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