Após a divulgação de que o desemprego aumentou nos Estados Unidos nesta sexta-feira (5), o mercado de juros futuros passou a precificar uma queda de juros do país já em setembro, antes da eleição presidencial.
A taxa (yield) sobre o título do Tesouro americano (Treasuries) de dois anos, que é o mais sensível às perspectivas de política monetária, caiu até 8 pontos-base nesta manhã, para 4,62%, logo após a divulgação do relatório do governo sobre o emprego no país, conhecido como “payroll”.
O documento indicou a abertura de novos postos de trabalho em junho, mas os meses anteriores foram revistos, o que resultou em aumento da taxa de desemprego, de 4% para 4,1%, superando a expectativa do mercado e ao mesmo tempo em que o crescimento salarial mostrou sinais de desaceleração.
No mercado de juros futuros, mais de 70% dos agentes de mercado passaram a aposta na chance de um corte 0,25 ponto percentual no encontro do Federal Reserve (Fed), previsto para 18 de setembro – para a reunião do fim deste mês, a maior aposta previsão segue pela manutenção dos juros básicos entre 5,25% e 5,50% ao ano.
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“Esses números mostram uma desaceleração contínua no mercado de trabalho, com foco no aumento da taxa de desemprego e nas revisões dos números, que foram destacados recentemente pelo presidente [Jerome] Powell”, disse Gregory Faranello, chefe de negociação e estratégia de renda fixa para EUA na AmeriVet Securities. “É um número favorável ao Fed e ao mercado de títulos do Tesouro. O Fed estará muito vigilante em relação ao futuro do mercado de trabalho daqui para frente.”
Na terça-feira, em um simpósio do Banco Central Europeu em que falou ao lado de Roberto Campos Neto e Christine Lagarde, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que houve um movimento “substancial” em direção a um melhor equilíbrio entre a oferta de emprego e demanda por trabalhadores, embora o mercado de trabalho dos EUA continue forte.
O impacto inflacionário de um mercado de trabalho superaquecido foi uma das principais preocupações que levou o Fed a manter os juros altos até agora, enquanto pares como o Banco Central Europeu e o Banco Nacional da Suíça já começaram a cortar.
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