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Negócios

Brasil suspende parte das exportações de frango após caso da doença de Newcastle

Cerca de sete mil aves morreram em uma granja no Rio Grande do Sul

Por Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil, maior exportador mundial de frango, suspendeu voluntariamente as exportações de aves para alguns países depois que um caso da doença de Newcastle foi detectado no Estado do Rio Grande do Sul, informou o Ministério da Agricultura nesta sexta-feira (19).

A medida ocorre no momento em que as autoridades locais tentam conter a doença viral, depois que cerca de 7.000 aves morreram em uma granja no Estado mais ao sul do Brasil. As 7.000 aves restantes do rebanho foram abatidas para cumprir os protocolos de saúde, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

A partir de uma amostra de 12 aves do rebanho, investigadores do governo encontraram pelo menos um caso positivo de Newcastle, disse a ABPA, que representa exportadores como JBS e BRF.

Newcastle causa problemas respiratórios em aves e às vezes leva à morte.

As restrições temporárias às exportações podem afetar 50 mil a 60 mil toneladas de exportações brasileiras de aves “no pior cenário”, disse a ABPA. O Brasil produz 1,2 milhão de toneladas e exporta 430 mil toneladas de produtos avícolas, em média, por mês.

As restrições variam, dependendo do país de destino, desde todas as exportações brasileiras de aves até produtos apenas do Rio Grande do Sul, disse o Ministério da Agricultura.

As restrições afetam as vendas para 44 países, incluindo China, Argentina, União Europeia, Japão e Arábia Saudita, disse o ministério.

O Rio Grande do Sul responde por 15% da produção e exportação avícola brasileira, segundo a ABPA.

O Ministério da Agricultura declarou emergência sanitária animal no Rio Grande do Sul devido ao caso Newcastle.

A notificação pelos países dos casos de Newcastle é obrigatória de acordo com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal.

Os últimos casos confirmados anteriores de Newcastle no Brasil ocorreram em 2006 em aves de subsistência nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, segundo o ministério. As aves de subsistência atendem às necessidades alimentares da família e não são mantidas para comércio.

(Por Ana Mano, Luana Maria Benedito e Letícia Fucuchima)

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