O grupo Equatorial deverá priorizar negócios nos setores de distribuição de energia elétrica e saneamento, enquanto vê menos oportunidades para investir em geração e transmissão de energia, segundo informações de apresentação a investidores divulgada nesta quarta-feira.
Na área de distribuição de energia, a companhia apontou oportunidades de crescimento orgânico a partir de investimentos nas sete concessionárias do grupo, que somam uma base de clientes de 34 milhões de pessoas e 31,4 bilhões de reais em ativos, além da renovação dos contratos de suas distribuidoras no Maranhão e Pará.
De acordo com a apresentação, a Equatorial poderá pedir à agência reguladora Aneel, já no mês que vem, a antecipação da renovação das concessões no Maranhão e Pará, cujos contratos vencem só em 2028 e 2030, respectivamente.
A companhia afirma que as duas empresas atendem aos critérios de prestação adequada dos serviços para a prorrogação em 2025 e que, se aceita essa antecipação, o aditivo contratual poderia ser assinado em abril do próximo ano.
Já em um segundo cenário, de não antecipação, a Equatorial poderá requer a renovação contratual em julho de 2025 para a distribuidora paraense e em agosto de 2027 para a maranhense.
Em saneamento, a companhia apostará na Sabesp, que passou a ter a Equatorial como acionista de referência em seu processo de privatização, buscando acelerar investimentos e outras ações previstas pós-privatização, como “readequação de cargos e salários” e “implementação do modelo de gestão”.
Além da Sabesp, a Equatorial prevê avançar com a universalização dos serviços de saneamento no Amapá e também avalia crescimento por meio de novas licitações “dentro de São Paulo e privatizações que ocorrerão no Brasil”, em processos que poderá participar via Sabesp ou com a holding.
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A empresa listou na apresentação onze projetos de saneamento no Brasil, que somam um total de investimentos de R$ 87,2 bilhões e um público consumidor de 29,2 milhões de pessoas.
Por sua vez, em geração de energia elétrica, o grupo indicou que retomará investimentos em “condições favoráveis de mercado”. O Brasil enfrenta hoje uma sobreoferta de energia, o que afeta os preços de energia de médio e longo prazo e dificulta a viabilidade de novos projetos de geração.
Outro aspecto que afasta aportes na área são os cortes de geração impostos pelo operador nacional do sistema elétrico (ONS), chamados de “constrained-off”. Parques renováveis da Equatorial, principalmente eólicos no Nordeste, estão entre os principais afetados por esses cortes no país.
Na apresentação, a Equatorial indicou que está tomando uma série de ações para melhorar a situação de seus empreendimentos diante desses cortes de geração. Na esfera judicial, a empresa disse ter ingressado com ações individuais relacionadas ao tema, buscando ressarcimento de prejuízos, para os parques Serra do Mel, Ribeiro Gonçalves e Barreiras.
Em transmissão de energia, uma área em que o grupo tem menor atuação e realizou desinvestimentos recentemente, a Equatorial apontou eventual participação em leilões “caso haja atratividade”.
Por Leticia Fucuchima
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