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HSBC faz maior reestruturação global em uma década

Mudanças refletem pressão sobre novo CEO para reduzir custos e proteger as margens do banco

HSBC no Reino Unido
Sede do HSBC no Reino Unido. Crédito: Jason Alden/Bloomberg

O HSBC Holdings anunciou uma ampla reestruturação em várias linhas de negócios e regiões geográficas, à medida que o recém-nomeado CEO, Georges Elhedery, inicia um esforço ambicioso para cortar custos na gigante bancária.

O banco vai combinar suas operações globais de banco comercial e institucional sob a liderança de Michael Roberts e está criando uma nova divisão internacional de gestão de fortunas e banco premium, que será supervisionada por Barry O’Byrne. Além disso, o HSBC nomeou Pam Kaur como diretora financeira e anunciou planos de reformular suas operações regionais em todo o mundo.

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Essas mudanças marcam a maior reestruturação do HSBC em pelo menos uma década, sendo um reflexo da pressão sobre Elhedery para reduzir custos e proteger as margens do banco, enquanto os bancos centrais de várias partes do mundo começam a cortar as taxas de juros.

“A nova estrutura resultará em uma organização mais simples, dinâmica e ágil, enquanto nos concentramos em executar nossas prioridades estratégicas, que permanecem inalteradas”, afirmou Elhedery em um comunicado.

Alguns dos detalhes da reorganização já haviam sido relatados pela Bloomberg News em 28 de agosto e 9 de setembro.

As mudanças reduzirão o número de executivos no recém-criado comitê operacional chave de 18 para 12 membros.

Com a nomeação de Pam Kaur como diretora financeira, ela se torna a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora financeira em seus 159 anos de história. Kaur ingressou no HSBC em 2013 como chefe de auditoria antes de assumir as áreas de risco e conformidade.

“Ela é altamente respeitada e bem conhecida pelo conselho, sendo uma escolha unânime”, disse o presidente Mark Tucker em um comunicado.

Como parte da nova estrutura geográfica, o HSBC terá uma unidade regional oriental que incluirá a Ásia-Pacífico e o Oriente Médio, e um mercado ocidental que abrange seu banco não-segregado no Reino Unido, Europa e Américas. Além disso, Hong Kong e o Reino Unido serão unidades independentes.

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Alguns executivos-chave estão deixando o banco como parte da reestruturação. Entre eles estão Stephen Moss, que liderava o Oriente Médio e Norte da África, e Colin Bell, que chefiava as operações na Europa. Greg Guyett, atual CEO de banco e mercados globais, foi nomeado presidente do recém-criado grupo de clientes estratégicos.

Com essas mudanças, o HSBC segue um modelo recentemente adotado pelo rival Citigroup.

No ano passado, o Citigroup eliminou cargos de três chefes regionais que supervisionavam operações em cerca de 160 países ao redor do mundo, juntamente com vários gestores focados em áreas geográficas. Essas mudanças permitiram à empresa cortar mais de 20 mil empregos em toda a companhia.

O HSBC provavelmente terá de arcar com encargos de reestruturação à medida que implementa essas mudanças, de acordo com Ed Firth, analista da Keefe Bruyette & Woods. Ele espera mais detalhes sobre esses encargos — que ele estima entre US$ 100 milhões e bilhões — quando o banco apresentar seus resultados anuais em fevereiro.

A nomeação de Elhedery, efetiva desde o mês passado, representa uma ascensão rápida para o banqueiro nascido no Líbano e educado na França, que agora enfrenta o desafio de continuar a expandir o maior banco da Europa.

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A fusão das divisões de banco comercial e institucional, que inclui o banco de investimento, encerra um longo debate interno no HSBC sobre como gerenciar essas duas grandes e importantes operações. A proposta enfrentou resistência no passado, com o ex-CEO do HSBC, Noel Quinn, se opondo à ideia, segundo informações anteriores da Bloomberg.

A região Oriental, que vai unir os negócios da Ásia com o Oriente Médio, será liderada por David Liao e Surendra Rosha. Roberts será responsável pela região Ocidental.

“Essa reorganização para simplificar o negócio e separar Hong Kong e o Reino Unido em suas próprias unidades deve ser positiva”, disse Michael Makdad, analista sênior de ações da Morningstar. “Ela também pode ajudar a responder às preocupações de acionistas na Ásia, que argumentaram há alguns anos que tal separação poderia melhorar os retornos.”

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