A BYD iniciou o último trimestre do ano com um recorde de vendas mensais, dando continuidade ao seu forte desempenho no que é tipicamente uma temporada de pico para compras de automóveis na China.
As vendas globais de carros de passeio da fabricante saltaram 66%, atingindo um recorde de 500.526 unidades em outubro, informou a empresa na sexta-feira (1º). Embora a BYD tenha atingido a marca de meio milhão de unidades antes do esperado, os fabricantes ocidentais, incluindo a Volkswagen AG, estão enfrentando dificuldades no maior mercado automotivo do mundo.
A demanda pelos híbridos plug-in da BYD foi a mais forte, atingindo 310.912 entregas, com o restante dos modelos totalmente elétricos. Alguns dos híbridos mais novos da empresa vêm com trens de força atualizados que permitem mais de 2.000 quilômetros (1.243 milhas) de alcance.
A Volkswagen, a Mercedes-Benz e a Stellantis estão entre as montadoras tradicionais que estão enfrentando dificuldades na China. O país tem sido um grande impulsionador de lucros para as marcas ocidentais que agora estão testemunhando a mudança das vendas de carros com motor a combustão para modelos elétricos domésticos. A BYD atingiu a marca de meio milhão um mês antes do previsto pelo analista do Citibank, Jeff Chung.
LEIA MAIS: Porsche e Mercedes acusam o golpe e cortam custos por demanda fraca na China
A impressionante ascensão da BYD está alimentando os temores de que a China esteja prestes a dominar o mercado automotivo global às custas dos rivais americanos e europeus. No início desta semana, a União Europeia impôs tarifas mais altas sobre os veículos elétricos do mercado asiático, aumentando as tensões comerciais.
Ainda não se sabe se a BYD conseguirá transformar seu domínio doméstico em ganhos significativos de participação de mercado no exterior. Suas vendas no exterior em outubro estagnaram em cerca de 31.200 unidades – apesar de um impulso de marketing durante o verão em regiões como a Europa, onde patrocinou o torneio de futebol do Campeonato Europeu.
A BYD não foi a única a atingir recordes mensais. A Geely Automobile também o fez, vendendo 226.686 veículos em outubro, um aumento de 28% em relação ao ano anterior. E a pequena montadora chinesa Xpeng também atingiu um novo recorde com 23.917 entregas.
A Li Auto, cujas ações listadas em Hong Kong caíram quase 10% na sexta-feira, depois de uma orientação mais branda para o quarto trimestre, vendeu 51.443 unidades, ainda com alta de 27%, mas sem atingir um recorde mensal. As vendas da Nio caíram em relação ao mês anterior.
LEIA MAIS: Pela primeira vez, receita da BYD vence Tesla na briga das gigantes dos carros elétricos
A BYD, sediada em Shenzhen, alcançou outro marco no mês passado, quando divulgou uma receita para o terceiro trimestre que ultrapassou a Tesla.
A receita da montadora subiu 24% para 201,1 bilhões de yuans (US$ 28,3 bilhões) nos três meses encerrados em setembro, ficando abaixo das estimativas, mas superando os US$ 25,2 bilhões em vendas da Tesla no mesmo período.
Os últimos três meses de cada ano são, geralmente, a época de pico de compras na China e as vendas de veículos elétricos e híbridos são reforçadas pela expansão dos subsídios nacionais e locais que incentivam os consumidores a trocarem seus carros antigos.
A BYD também está no caminho certo para atingir sua meta revisada de vendas anuais de 4 milhões de veículos, tendo vendido 3,24 milhões de carros de passageiros até outubro.
Veja também
- Bosch corta 5.500 empregos com o agravamento da crise no setor automotivo
- Evolução dos carros elétricos zero km desvaloriza os seminovos em mais de 50%
- China responde a tarifas da UE sobre BYD e montadoras de elétricos com ação na OMC
- Waymo, da Alphabet, é avaliada em mais de US$ 45 bilhões após financiamento
- Nas áreas VIPs do GP Brasil de F1, Mubadala traz altos executivos para fecharem negócios