A Praça dos Três Poderes, em Brasília, foi isolada na noite de quarta-feira (13) depois de duas explosões – uma em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e outra próxima à Câmara dos Deputados. O Corpo de Bombeiros confirmou que há uma morte.
As explosões provocaram o esvaziamento dos edifícios-sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, em um incidente descrito por autoridades como um ataque.
Segundo a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, a primeira explosão ocorreu em um carro estacionado perto de um dos anexos da Câmaras. Depois, uma segunda explosão ocorreu quando foram detonados explosivos levados por um homem que tentava entrar no STF. O homem morreu no local.
“Logo após o momento da explosão (no carro), o cidadão se aproximou do Supremo, onde ele tentou entrar no prédio, não conseguiu adentrar o prédio e, realmente, teve a explosão na porta”, disse Leão em entrevista coletiva.
Governadora em exercício do DF na ausência do governador Ibaneis Rocha, Leão afirmou que a área permaneceria totalmente isolada até que fosse descartada a possibilidade de outros artefatos explosivos.
“Nós ainda estamos em operação neste momento”, afirmou, acrescentando que o esquadrão antibomba ainda trabalhava na área na noite de quarta-feira.
Segundo a governadora, a segurança foi reforçada no perímetro da Praça dos Três Poderes e também no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava reunido com os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, para conversar sobre o ocorrido. Mais cedo, Lula já havia conversado com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Não foi possível identificar oficialmente o homem morto de imediato, uma vez que ainda havia artefatos explosivos junto do corpo, disse a governadora em exercício. Há indícios, no entanto, de que o homem morto seja o dono do carro que explodiu, informou o secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha.
A Diretoria Técnico Científica da Policia Federal identificou o proprietário do carro com placa de Rio do Sul (SC) como Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL — partido do ex-presidente Jair Bolsonaro — segundo site da Justiça Eleitoral.
Um policial militar que patrulhava o local no momento, identificado como sargento Santos pela GloboNews, relatou que primeiro avistou a fumaça vinda do carro e conseguiu ver um indivíduo saindo do veículo e correndo. Ele e policiais legislativos tentavam apagar a fumaça antes que houvesse a ignição total dos artefatos caseiros no interior do automóvel.
“Me parece que o mesmo indivíduo que saiu correndo do interior do veículo foi o mesmo que … não sei se teve um suicídio ali”, disse o policial na entrevista à TV.
O incidente ocorreu poucos dias antes de o Brasil sediar reunião de cúpula do G20, na semana que vem, no Rio de Janeiro, que deve reunir líderes das principais economias do mundo, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente chinês, Xi Jinping.
Identificação do autor
A Polícia Civil do Distrito Federal identificou o corpo da pessoa morta na explosão ocorrida perto do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de terça-feira como sendo de Francisco Wanderley Luiz, mostrou boletim de ocorrência obtido pela Reuters e confirmado por duas fontes com conhecimento do assunto.
Luiz também era o proprietário do veículo encontrado no local e foi candidato a vereador pelo PL na cidade catarinense de Rio do Sul em 2020.
Procuradas, a Polícia Civil do Distrito Federal, a Secretaria de Segurança Pública do DF e a Secretaria de Comunicação do governo da capital federal não responderam de imediato a pedidos de comentário. O boletim de ocorrência está sob sigilo, mas a Reuters teve acesso ao documento e duas fontes com conhecimento do assunto confirmaram sua autenticidade.
Na noite de quinta-feira, duas explosões aconteceram perto da Praça dos Três Poderes e, além da morte de uma pessoa, provocaram o esvaziamento dos edifícios-sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, em um incidente descrito por autoridades como um ataque.
A Polícia Federal, que abriu um inquérito para apurar o caso, dará uma coletiva nesta manhã para dar mais detalhes das investigações.
Autoridades falam em “ataques”
As duas explosões ocorreram ao final da sessão desta quarta do STF nas proximidades da corte. Ministros, servidores e colaboradores do local foram retirados por questão de segurança.
Em nota na rede social X, o advogado-geral da União, Jorge Messias, classificou as explosões como “ataques ao STF e à Câmara dos Deputados”, assim como o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência Paulo Pimenta, para quem “ataques às instituições são ataques à democracia e ao povo brasileiro”.
Até mesmo o governador Ibaneis Rocha, que não integra o campo político do governo Lula, referiu-se ao incidente como “ataques”.
“Muito grave o que acaba de ocorrer na Praça dos Três poderes e no Anexo 4 da Câmara dos Deputados”, disse Rocha em publicação no X.
“Todas as unidades de segurança e de inteligência do Governo do Distrito Federal estão orientadas a agir com rigor e celeridade para identificar o autor ou autores, bem como a motivação para esses ataques.”
Em nota, a Polícia Federal informou que investiga as explosões e que um inquérito policial será instaurado para apurar os ataques.
“Foram acionados policiais do Comando de Operações Táticas (COT), do Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional da PF no Distrito Federal, peritos e o Grupo Antibombas da instituição, que estão conduzindo as ações iniciais de segurança e análise do local”, registrou a nota.
Veja também
- Petrobras confirma plano de investir mais de R$ 635 bilhões entre 2025 e 2029
- Enel prepara plano de investimentos para buscar renovação de suas concessões no Brasil
- Wall Street afunda com cautela de Powell e escolhas do gabinete de Trump
- Argentina registra o décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro
- Ajuste fiscal não será ‘serra elétrica’ em gastos, diz Padilha